Ícone do site Jornal da Chapada

Conselho de Ética aprova por 11 votos parecer pela cassação de Cunha; Tia Eron vota a favor

Brasília - O Conselho de Ética da Câmara se reúne para apreciar e votar o parecer do deputado Marcos Rogério, que recomenda a cassação do mandato de Eduardo Cunha (Wilson Dias/Agência Brasil)

foto6
Manifestantes mostram cartazes de ‘Fora, Cunha!’ durante a votação do relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) pela cassação de Eduardo de Cunha | FOTO: Wilson Dias/Agência Brasil |

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14) o pedido de cassação do mandato do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Por 11 votos a nove, os deputados acataram o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que afirma que Cunha quebrou o decoro ao mentir sobre ter contas no exterior durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. A deputada Tia Eron, de quem se esperava ser o voto decisivo, votou favorável ao relatório de Marcos Rogério.

Segundo o relator, Cunha é o dono de pelo menos quatro contas na Suíça: Köpek; Triumph SP, Orion SP e Netherton. Ao pedir a cassação de Cunha, Rogério disse que as contas são verdadeiros “laranjas de luxo”. “Estamos diante do maior escândalo que este colegiado já julgou, não se trata apenas de omissão, de mentira, mas de uma trama para mascarar a evasão de divisas, a fraude fiscal”, disse Rogério. “Estamos diante de uma fraude, de uma simulação de empresas de papel, de laranjas de luxo criadas para esconder a existência de contas no exterior”, acrescentou.

Leia também:
Votação de parecer sobre perda de mandato de parlamentar é adiada

O placar ficou 11 votos favoráveis e 9 contrários ao parecer que pede a cassação do presidente afastado da Câmara | FOTO: Reprodução |

Cunha nega a propriedade das contas, mas admitiu ter o usufruto de ativos geridos por trustes estrangeiros. O processo de Cunha no Conselho de Ética é considerado o mais longo no colegiado e foi marcado por inúmeras manobras que protelaram a decisão dessa terça-feira. A representação contra Cunha foi entregue pelo PSOL e Rede à Mesa Diretora da Câmara, no dia 13 de outubro de 2015.

A Mesa, comandada por Cunha, levou o prazo máximo de 14 dias para realizar a tarefa de numerar a representação e enviá-la ao Conselho de Ética, o que retardou o início dos trabalhos do colegiado. O processo só foi instaurado quase um mês depois da representação, em 3 de novembro de 2015. Agora o processo contra Cunha precisa ser analisado em plenário. Para que Cunha tenha o mandato cassado, é preciso pelo menos 257 votos, a maioria absoluta dos 513 deputados. Da Agência Brasil.

Sair da versão mobile
Pular para a barra de ferramentas