A sessão especial que transformou a presidente afastada Dilma Rousseff em cidadã baiana foi marcada pela presença da militância petista, de partidos de esquerda e dos movimentos sociais de luta pela terra, direitos humanos, negros e mulheres, além da juventude e de políticos de diferentes siglas. O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) foi uma das lideranças que marcou presença ao ato na Assembleia Legislativa (Alba), nesta quinta-feira (16). Assunção afirma que “o governo golpista de Michel Temer nunca venceria uma eleição” com esse projeto que estão implantando após o afastamento de Dilma. “Ela honra os seus mais de 54 milhões de votos que a fez presidente eleita. Esse governo golpista é uma farsa. Um golpe orquestrado por Eduardo Cunha e que tenta salvar todos os envolvidos em corrupção e réus da Lava Jato”, dispara Valmir. A proposição que homenageia Dilma como cidadã baiana é do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT).
Em seu pronunciamento, Dilma criticou a proposta enviada ao Congresso Nacional que sugere a redução dos gastos mínimos em saúde e educação e apontou para as obras da Bahia, como a entrega de mais de um milhão de cisternas para o convívio com a estiagem, ampliação das linhas de metrô na capital, a via expressa entre outras ações. A presidente também pediu apoio dos baianos na luta contra o golpe. “Aqui é a terra que lutou pela independência deste país, aqui nós sabemos que tem uma tradição de lutas, o povo é um povo alegre, que vive a vida, mas é também um povo aguerrido na hora que precisa. Daí que eu peço a vocês, não vamos deixar que esses parasitas matem a nossa árvore da democracia”.
Para o deputado Valmir Assunção, a proposta apresentada pelo governo interino de reduzir os gastos mínimos é um retrocesso nas políticas públicas do país. “Não há justificativa para reduzir os gastos em saúde e educação no Brasil, principalmente se tratando das áreas em questão. Somos vulneráveis tanto na saúde como na educação e temos de usar o arcabouço do estado para quem mais precisa”. Dilma ainda voltou a falar da Bahia e da honra de agora ser cidadã baiana. “Aprendi que é uma terra aguerrida, uma terra em que tantas e tantos desde logo tomaram a posição diante do que a gente pode chamar de lutas pela independência deste país no 2 de Julho”.
A presidente afastada também tratou da questão da igualdade racial, que, segundo ela, ganha importância, e que tem a sua raiz na própria formação do estado da Bahia. “Tenho certeza que as mulheres que honram a Bahia e honraram ao longo de sua história também mostram aqui a importância da luta pela igualdade de gênero e contra violência. Principalmente nesta época em que se ver que a lógica do estupro se mistura com a lógica da exclusão. Temos assistido em vários locais do Brasil o aparecimento de algo que era oculto, que é a violência mais exclusiva contra as mulheres que é a violência sexual”.