Após publicação da Portaria nº 255 (29/06), que define critérios para o abate de equídeos na Bahia, pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada a Secretaria da Agricultura (Seagri), o frigorífico Frigocesar, registrado no Serviço de Inspeção Estadual (SIE), em Miguel Calmon, iniciou o abate de jumentos. Neste primeiro momento foram abatidos mais de 300 animais, e toda a atividade contou com a inspeção de cinco médicos veterinários da Adab, que garantiram o cumprimento de todas as exigências higiênico-sanitárias e de bem-estar animal.
Antes do abate, os animais são encaminhados a uma propriedade para realização de exames clínico e laboratorial. Só são abatidos os jumentos que pesem, no mínimo, 100 quilos. O procedimento é praticamente igual ao realizado com bovinos. O estabelecimento que está realizando os abates encontra-se dotado de instalações, equipamentos e utensílios adequados para este fim, e também para manipulação, acondicionamento e conservação, permitindo a segregação em câmaras frias exclusivas para este tipo de atividade.
Com o abate temporário de dois mil animais, adquiridos em grande parte através de capturas realizadas em vias rodoviárias, estaduais e federais, em parceria com Seinfra, DNIT e Polícia Rodoviária Federal e Estadual, e de criadores da região, estima-se obter cerca de 200 toneladas de produtos, os quais receberão rotulagem específica com dizeres como “produto não destinado à alimentação humana” e terão um rígido controle na sua armazenagem e distribuição.
O diretor-geral da Adab, Marco Vargas, diz que a portaria do Governo é clara e impede que a carne de jegue seja usada para o consumo humano, “considerando que o consumo de carne de equídeos não faz parte da nossa cultura, além de existir legislação que proíbe o abate para esta finalidade. Mas como forma de aproveitamento, a carne será doada ao zoológico de Salvador, que vai alimentar grandes animais e o resíduo restante vai ser transformado em ração animal, em uma graxaria (fábrica de produtos não comestíveis)”, acrescenta o diretor-geral, ressaltando que a autorização para o abate é temporária.
Segundo o secretário da agricultura, Vítor Bonfim “a regulamentação do abate garante a abertura de novos mercados, com foco na exportação de pele para a China, e promove um efeito amenizador, de forma humanitária e ética, no problema histórico dos animais errantes que, além de provocar acidentes em rodovias, servem como agentes disseminadores de doenças infecciosas e zoonoses.” O secretário reafirmou ainda que “estão sendo tomamos todos os cuidados quanto ao bem-estar e sanidade animal, e que todo o trabalho está sendo acompanhado de forma rigorosa pela Adab”.