A primeira Feira Literária de Mucugê, cidade na Chapada Diamantina, que aconteceu no último fim de semana deixou saudades para os participantes, boas reflexões e expectativas para a próxima edição. A noite de abertura foi um brinde às parcerias. O secretário de Cultura, Jorge Portugal abriu os trabalhos com a conferência sobre o tema “Histórias e Memórias – a lavra da palavra”. Portugal anunciou o apoio à edição de 2017 da Feira. “Vai ser um encontro de palavras, ideias, e sensibilidades. Um encontro de apaixonados pela palavra, pela arte, pela cultura. Vocês terão em mim um parceiro”, disse.
Outros patrocinadores que também estavam presentes no Centro Cultural afinaram o coro. A curadora da Fligê, a professora Ester Figueiredo, disse que independentemente da vontade de cada um, “o mundo gira, e todos nós somos responsáveis pelo desenvolvimento da cultura. A leitura além de ser um prazer, é um direito. Por isso, aposto na segunda edição e com o apoio de quem fomenta a leitura”. Durante os quatro dias de evento os aproximadamente mil visitantes puderam conhecer um pouco mais da vida e da obra de Afrânio Peixoto, na exposição “O Lapidário”. O escritor que nasceu em Lençóis foi o homenageado desta primeira edição. A cada ano um nome será reverenciado.
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No pavilhão da leitura montado na Praça Coronel Propércio, no Centro, foram montados dez estantes que abrigaram editoras locais e nacionais. O presidente da Câmara Bahiana de Livros, Primo Maldonado, ficou surpreso com a infraestrutura da Fligê. “Surpreendente. Por ser a primeira Feira a gente sente que ela já está estruturada, já tem assim toda a base para crescer”. O secretário Jorge Portugal deixou claro que a Chapada tem muito a oferecer e traduziu o quanto a Fligê nasce sob as bênçãos dos deuses da literatura.
“Sabemos que há muitos séculos, imaginava-se a riqueza da Chapada circunscrita ao seu subsolo, ao leito dos seus rios. Era o tempo das lavras de pedras preciosas que fariam a fama de homens ambiciosos e valentes garimpeiros da aventura e do sofrimento também. As pepitas que viraram cobiça no mercado internacional, construíram essa beleza de paisagem arquitetônica, o fausto das famílias ricas, mas fomentaram também um imaginário mais rico ainda em narrativas populares e lendas. Lendas e narrativas, agora, eram pedras preciosas demais para não encontrarem os artistas das letras e das canções. Era a lavra que ia substituindo pela lavra da palavra! Vida longa para a Fligê!”
Quem esteve presente também foi o deputado federal Jean Wyllys. Em suas redes sociais ele descreveu o momento como “uma emoção única”. Ele falou no Encontro Autoral, ocorrido no Centro Cultural (Clube) de Mucugê, que esteva lotado e o recebeu com carinho. Muitas pessoas acompanharam do lado de fora, na rua, pela janela, e ao final o público foi presenteado com uma sessão de autógrafos no livro “Tempo bom, tempo ruim”, de autoria de Jean. Jornal da Chapada com informações das assessorias.