Por Alexandra Vieira de Almeida*
A junção entre palavra e imagem permite que as crianças e os jovens acionem o seu universo simbólico. O imaginário destes seres é muito mais propenso à curiosidade e ao reconhecimento de novas trilhas, pois eles envolvem uma gama variada de significados abertos à imaginação latente.
O público infanto-juvenil geralmente se aventura por vários autores por sua qualidade lúdica. No entanto, a leitura não pode ter um engessamento habitual. É necessário que a liberdade pela brincadeira com as palavras e imagens leve estas pessoas a recriar o universo do simbólico pelas suas próprias mentes criativas.
A criatividade é o fator mais forte nesse aspecto. Ler se torna uma lâmpada que desbrava zonas escuras e desconhecidas. As crianças e jovens possuem esta luz que ilumina os labirintos da imaginação. Percorrem os caminhos e refazem novos até chegarem ao fim do caminho que pode ser retomado com novas lâmpadas que aquecem as histórias maravilhosas para estes indivíduos.
A leitura os tornam criadores de universos reais e imaginários. Por meio dela, os jovens preenchem uma palavra sugerida, uma imagem rica, fazendo do livro e de suas vidas uma conjunção repleta de significados amplos.
É como se o barco de papel carregasse um alfabeto mágico, cheio de combinações e possibilidades pelas consciências inventivas das crianças e jovens. O barco percorre o rio do simbólico e cabe a eles preenchê-lo com novas histórias. Eles, sim, são inventores de novas trajetórias, novos pontos de encontros e desencontros.
Por esse motivo, desde cedo, os pequenos devem “respirar” histórias. As palavras devem fazer sempre parte da vida das crianças como um caminho para o pleno e educativo amadurecimento. É na infância e na adolescência que se forma possíveis inventores, criadores, enfim, mestres da vida. Eles precisam da leitura para que o crescimento intelectual se dê de forma sadia, eficaz e plena.
Esse prazer leva-os a encontrar o desenvolvimento da própria experiência. É como se no espelho encontrássemos múltiplas cores, múltiplos conhecimentos, várias vivências que eles vão construindo ao longo da leitura, produzindo-se, assim, universos multifacetados, que são reflexos de suas potencialidades imaginativas.
A potência nesta fase é imensa como o mar mais vasto que percorre as linhas e imagens destes livros maravilhosos que são produzidos só para eles. A literatura infanto-juvenil é uma semente rica em novas árvores em seu amadurecimento. Cabe aos adultos plantarem estas sementes nas crianças e jovens para elas frutificarem. A leitura é a potência que frutifica estes aspectos. Então, que venham cada vez mais livros para as crianças e jovens.
*Alexandra Vieira de Almeida é escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ)