Empossado há dois meses no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado (Codes), o ex-governador Jaques Wagner admitiu na última quarta (11) a possibilidade de ele assumir a presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia. “Vou me dedicar ao PT da Bahia, do Nordeste e do Brasil, mas prioritariamente ao daqui, que eu tenho mais contribuição a dar. Eu creio que ele [Lula] deve ser nosso presidente nacional, porque é ele quem carrega essa simbologia”, disse o ex-governador ao lado do ex-presidente Lula, no 29º Encontro Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Salvador. A articulação é feita por Lula. Wagner disse ainda que pode se tornar linha de frente do PT na região Nordeste.
“A depender de como for a organização da direção, eu posso ser um vice-presidente no Nordeste. Mas eu não estou pleiteando nada, assim como não estou pleiteando aqui na Bahia”, afirmou o ex-ministro da Casa Civil. Conforme apurou a Tribuna, quem também faz gosto pelo protagonismo de Jaques Wagner à frente do PT é o governador Rui Costa. Ele não participou do evento, mas se encontrou com Lula em reunião discreta. Em sua página no Facebook, o governador justificou o motivo de sua ausência.
“Dei uma pausa na correria pra levar um abraço a Lula. Não tive como ir ao encontro do MST por conta da entrega das ambulâncias. Mas não poderia deixar de dizer a ele que a Bahia continua sendo prova de que a mudança é possível”, disse Rui. Na manhã de ontem ele entregou 48 novas ambulâncias a prefeituras do interior no pátio da Secretaria de Saúde (Sesab), no Centro Administrativo da Bahia. Lula e Wagner ainda se reuniram depois do evento de ontem com deputados e lideranças baianas para discutir os cenários que podem ser vislumbrados previamente sobre 2018.
O ex-presidente vê em Jaques Wagner a liderança maior do PT nordestino, pelo fato de ele ter deixado o governo da Bahia com alto índice de aprovação popular após dois mandatos consecutivos (oito anos) e de ainda conseguir eleger seu sucessor no primeiro turno. Sobre o governo Rui, saiu da reunião o consenso de que Wagner deve mesmo chegar mais junto na articulação política do governador, sobretudo no trato com prefeitos e lideranças do interior do estado rumo às eleições de 2018. A expectativa é de que o ‘tour’ terá início ainda no primeiro semestre deste ano, conforme confidenciou um petista à reportagem. Extraído da Tribuna da Bahia.