O ex-diretor da Odebrecht Ambiental, Alexandre Lopes Barradas revelou em delação premiada na Operação Lava Jato ter conseguido um montante de R$ 300 mil via caixa 2 à campanha do ex-prefeito de Juazeiro, no norte baiano, Isaac Carvalho (PCdoB) nas eleições de 2012. À época, Carvalho tentava a reeleição e o deputado federal Daniel Almeida, também do PCdoB, buscava apoio para a candidatura do correligionário. A verba citada não aparece na declaração de doações do então candidato naquele ano. Barradas contou que no primeiro encontro, ocorrido em um restaurante do aeroporto de Salvador, ele, Almeida e Carvalho discutiram a possibilidade de apoio financeiro. Uma condição seria crucial para o interesse da empresa.
“Nessa conversa, uma das coisas que foram tratadas, era que ele [prefeito] tinha uma empresa de saneamento local. [Juazeiro] É um dos poucos ambientes onde a Embasa não atua. Então, era um ambiente interessante pra gente. Conversei sobre a possibilidade de ele promover uma privatização. Ele disse que pensava nisso, via alguma dificuldade, mas poderia ser avaliado. Porque ele tinha problemas de gestão, faltava água, a arrecadação não dava para suprir”, narrou. Barradas afirmou que quem deu o aval para o “investimento”, incluindo o valor, da Odebrecht no candidato foi o superior dele na companhia, Fernando Cunha.
“Levei o assunto a Fenando, que disse logo, ‘Lá pode ter um negócio […]’. Então, acho interessante fazer o investimento nesse candidato, já que ele disse que tem possibilidade, mas veja se de fato ele depois toca o projeto [privatização]”, disse. O delator afirmou ainda que a empresa até preparou um Processo de Manifestação de Interesse, ao custo de R$ 5 milhões, apostando na “contrapartida” da prefeitura. No entanto, segundo Barradas, o processo “nem caminhou” por falta de interesse do já reeleito prefeito. Jornal da Chapada com informações do Bahia Notícias.