De acordo com as pesquisas da Associação Americana de Psiquiatria, cerca de 5% dos adultos já tiveram pelo menos uma crise de pânico na vida. A doença atinge duas mulheres para cada homem. A explicação é porque elas sofrem mais cobranças da sociedade. Alguns famosos relataram publicamente já ter sofrido dessa doença, entre eles está a top model Gisele Bündchen, que durante uma viagem de avião sofreu de claustrofobia. Após o episódio, a modelo decidiu procurar tratamento psicológico para se curar. Outra que sentiu essa experiência foi a apresentadora Angélica. Ela conta que desenvolveu o transtorno após o acidente aéreo que sofreu com a família em 2015.
Madonna é mais uma artista na lista. Ela sofreu ataques de pânico antes dos shows por medo de decepcionar o público. E o sertanejo Lucas Lucco desabafou que a doença fez com que ele faltasse à gravação de um DVD. E as crises o impedia de sair de casa. De acordo com o psicanalista João Nolasco, Diretor Executivo e Professor de psicanálise do Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, Ciências Humanas e Sociais (IBRAPCHS), sentir um medo repentino, ficar ansioso e evitar certos locais essa é uma das características da síndrome do pânico.
“Alguns sintomas são sensação de terror, em que acredita que algo horrível está para acontecer, batimento cardíaco forte, dores no peito, tonturas, vertigens, náuseas, dificuldade ao respirar, entre outros”, conta. O psicanalista explica que é primordial que o paciente procure um médico cardiologista a fim de descartar qualquer irregularidade cardíaca. Ele comenta também a importância de um acompanhamento psiquiátrico ou neurológico, em parceria com um tratamento psicoterápico, acompanhado por um psicólogo ou psicanalista.
“A interferência dos profissionais de saúde é muito relevante, mas temos que lembrar que o ambiente familiar é fundamental para colaborar com o tratamento”, lembra. A psicóloga Maíra Andrade Madeira relata que a doença geralmente se manifesta no final da adolescência ou início da fase adulta. A profissional explica também que os sintomas desagradáveis, fazem com que o pânico possa ser confundido com uma doença cardíaca ou outra doença grave. “É comum as pessoas procurarem um pronto-socorro quando tem a crise de pânico sentindo dores no peito. ”
Maíra complementa que muitos médicos defendem o uso de remédios para a eficácia do tratamento. Para eles, o transtorno é causado pela falha na comunicação dos neurotransmissores, responsáveis por enviar as informações ao cérebro, e os medicamentos restabelecem esse equilíbrio, que foi afetado.
“Já outros profissionais garantem que é possível restaurar esse equilíbrio apenas com a psicoterapia. A Terapia Cognitivo-Comportamental tem sido bastante eficiente nestes casos já que a abordagem ajuda a gerenciar a ansiedade e os sintomas”, afirma. Os especialistas concordam que a doença tem cura desde que se tenha um acompanhamento especializado, psiquiátrico e psicoterápico, com o conhecimento necessário para ajudar o paciente.