Um mapeamento realizado pelo WWF-Brasil e pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema) revela que existem atualmente 336 áreas prioritárias para conservação da biodiversidade em ambiente terrestre e marinho, sendo que 48 delas precisam de ações urgentes de conservação e ou recuperação, 84 foram classificadas como de prioridade muito alta de conservação e ou recuperação, e 204 de importância alta. “O desmatamento e a construção de hidrelétricas são os grandes causadores dos problemas nessas áreas”, afirma Paula Hanna Valdujo, especialista em conservação do WWF-Brasil.
O estudo, lançado por meio de uma plataforma online, mostra detalhadamente as etapas e os resultados do processo de identificação dessas áreas, que totalizam pouco mais de 266 mil km², ou 47% do estado da Bahia. Desse total, considerando apenas as áreas naturais, as áreas prioritárias cobrem 27% do território do estado. As áreas foram classificadas quanto às ações de conservação. Criação ou ampliação de Unidades de Conservação (UC’s) (57 áreas), compensação ambiental (248 áreas), proteção a recursos hídricos (248 áreas), fomento a atividades econômicas sustentáveis (226 áreas) e inventários biológicos (245 áreas).
Essas áreas foram definidas para conservarem mais de 2.900 espécies de animais e plantas. Além de espécies, também foram consideradas áreas relevantes para conservação dos recursos hídricos, com ênfase em áreas com alta densidade de nascentes e importantes para abastecer reservatórios e aquíferos. “Vivemos um momento de escassez de água em todo o país, e a Bahia, especialmente por conta do semiárido, enfrenta essa situação devido a causas naturais, mas que vêm se agravando por conta do uso desordenado dos recursos hídricos”, explica Paula.
“O nosso mapeamento identificou áreas que vão contribuir para o aumento da qualidade da água, ou seja, identificamos áreas que já não podem ser desmatadas ou que devem ser restauradas”, continua a especialista. “Isso porque o desmatamento causa erosões, assoreamento e poluição dos rios. Ao restaurar a vegetação, a qualidade da água melhora”, diz.
O estudo
O estudo foi realizado pelo Programa de Ciências do WWF-Brasil, por iniciativa da SEMA-BA e contou com a participação de mais de 160 pesquisadores e gestores que contribuíram com informações sobre espécies, ameaças e oportunidades para conservação.
As informações geradas foram sistema de suporte para a decisão que simula diversos cenários para identificar as áreas de maior relevância para conservação, de forma a proteger a maior proporção possível das espécies, minimizando os conflitos com outros setores.
Posteriormente, as áreas selecionadas foram avaliadas quanto aos seus potenciais, para indicação de ações de conservação. Para acessar a íntegra do estudo, clique aqui: www.wwf.org.br/pscbahia. Jornal da Chapada com informações de assessoria.