Depois de se apresentarem em várias cidades da Bahia, os integrantes do ‘O Som do Sisal’ estão de malas prontas para levar o projeto ao México entre os próximos dias 28 de julho e 10 de agosto. Com no mínimo cinco shows agendados, o grupo vai apresentar o espetáculo “Sons do Sisal”, lançando seu primeiro CD. São composições autorais que retratam a cultura do povo trabalhador do sisal. O patrocínio da turnê internacional veio do Governo da Bahia, com recursos financeiros do Fundo de Cultura, a partir do edital de Mobilidade artística, das secretarias da Fazenda e de Cultura do Estado da Bahia.
A violinha de sisal, que já passou pelas mãos do cantor Saulo Fernandes e do instrumentista Armandinho Macêdo, agora vai soar na Península de Yucatan, no México, região e país de onde foram trazidas para o Brasil as primeiras mudas da planta Agave Sisalana. Num movimento inverso, o Som do Sisal mostrará aos mexicanos o inesperado resultado que o cultivo do sisal causou no sertão brasileiro. Em terras caribenhas, além dos espetáculos, estão previstos workshop de Construção de Instrumentos, com oficinas e apresentações nas cidades de Mérida e Cancun durante o período do intercâmbio. E o grupo não vai sozinho para o destino internacional. O cantor Del Feliz e a banda Forró di Gravata são convidados da turnê.
Criado em 2012, o grupo de jovens liderados pelo maestro Josevaldo iniciou o desenvolvimento de um laboratório de investigação técnica e sonora da cultura da região sisaleira. O projeto foi inspirado na violinha de buriti, encontrado no parque do Jalapão, no Tocantins. A partir disso deu início a construção de instrumentos musicais com a madeira do sisal e a criação do projeto O SOM DO SISAL. De lá pra cá, o grupo já foi reconhecido com um prêmio nacional (Prêmios Laureate Brasil – Jovem Empreendedor Social 2017) e outro prêmio estadual (Concurso Ideias Inovadoras 2015 – FAPESB).
Do som do motor aos acordes da Violinha de Sisal
Uma inovação que traz significado e valor simbólico ao território de identidade, onde a economia sempre foi baseada na cultura do sisal. Sustentável, socioeconômica e cultural, a proposta criativa utiliza os resíduos da cadeia produtiva do sisal e transforma em instrumentos musicais a madeira gerada a partir do escape floral da planta. A criação da Violinha de Sisal possibilitou também oficinas de música, com iniciação musical e oficinas de luteria em cidades da região. O processo formativo culmina no palco, com as apresentações artísticas dos jovens. O projeto desenvolveu-se a partir de intercâmbios, como a ida do grupo ao lugar de origem da ideia e pela contribuição do experiente luthier paulista, Fernando Sardo. As informações são da SecultBA.