Caminhoneiros fazem protesto em diversas estradas do país contra o aumento do preço dos combustíveis. Os protestos ocorrem desde a noite da última segunda (31). Os caminhoneiros estão barrando o fluxo de caminhões em diversos trechos de rodovias estaduais e municipais. As manifestações foram registradas em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Espírito Santo, de acordo com as Polícias Rodoviárias Federais nos estados.
“Na maior parte das interdições os caminhoneiros em deslocamento são convidados a participar. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) continua monitorando possíveis pontos de bloqueio e em tratativas para que se restabeleça o fluxo nos pontos onde as manifestações ocorrem”, disse a PRF em nota.
Na Bahia, nesta terça-feira (1º) as manifestações ocorreram em quatro pontos. Até as 15h, os protestos ocorriam em apenas um deles, na BR 116, Km 523, próximo a Itatim. Não houve obstrução, uma vez que os protestos ocorrem à margem da estrada. Chegou a se formar, no entanto, um congestionamento de 5 Km, porque os motoristas reduziam a velocidade para observar o movimento. Na BR 116, Km 420, próximo a Feira de Santana, a pista foi interditada das 8h às 10h30. Os manifestantes atearam fogo em objetos e foi necessária a limpeza da pista. Não houve nenhum tipo de conflito.
Na BR 324, Km 441, em Riachão do Jacuípe, cerca de 20 pessoas protestavam na estrada, mas não havia a participação de caminhoneiros, segundo a PRF no estado. A pista chegou a ser bloqueada às 8h, mas foi liberada às 12h30. No Km 276 da BR 116, próximo a Tucano, a pista não foi interditada, já que as manifestações ocorreram às margens da BR, entre 8h e 12h30.
Aumento
Para cumprir a meta fiscal de déficit primário, o governo decidiu aumentar tributos sobre combustíveis, com aumento da alíquota do Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). A alíquota passou de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 para o litro da gasolina e de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 para o diesel nas refinarias. Para o litro do etanol, a alíquota passou de R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Para o distribuidor, a alíquota, atualmente zerada, aumentou para R$ 0,1964.
O transporte terrestre é o predominante no Brasil e 60% das mercadorias são transportadas por caminhões. Nas cidades, essa porcentagem aumenta para 95%, segundo a Agência Nacional de Transporte de Cargas (ANTC). De acordo com a entidade, o combustível representa 40% do custo de um frete e o aumento geralmente é repassado para o preço do transporte. O aumento do imposto do combustível poderá gerar um aumento de até 4% no preço do frete, segundo estimativa da agência.
Em nota, divulgada no último dia 27, Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) diz que a solução encontrada pelo setor é aumentar o frete em média 5%, passando o aumento do custo para o contratante. A Abcam afirmou que respeitaria a decisão daqueles que optassem pela greve, “entretanto solicita que a manifestação seja feita em casa, com os transportadores deixando de entregar suas cargas, e não bloqueando as rodovias”. Da Agência Brasil.