Ao menos 22 presos fugiram do Complexo Policial de Senhor do Bonfim, no norte do estado, na madrugada da última segunda-feira (31). A fuga dos detentos ocorreu através de um túnel que dava acesso à área externa da delegacia. Até o momento, dois custodiados foram recapturados pela polícia. Alguns dos foragidos são considerados de “alta periculosidade” pelas autoridades policiais.
O presidente do Sindicato de Policiais Civis (Sidpoc) na Bahia, Marcos Maurício, afirmou que o caso em Senhor do Bonfim é mais um exemplo da fragilidade do Estado em gerir a Segurança Pública na Bahia. Segundo o sindicalista presos são mantidos em caráter “ilegal” nas unidades policiais. “Essa é uma luta antiga do sindicato em retirar os presos provisórios da responsabilidade dos Investigadores da Polícia Civil”, disse Marcos.
Uma das questões colocadas pelo Sindpoc é que os policiais civis não têm formação para trabalhar como agentes penitenciários. O vice-presidente do sindicato, Eustácio Lopes, acusa a gestão estadual de promover “desvio” de função desses policiais. Segundo Lopes, a vigilância dos presídios é uma atribuição da Polícia Militar.
“Quando o policial civil ao invés de fazer a investigação, fica na delegacia tomando conta dos presos, isso interfere diretamente no processo de elucidação dos crimes. Por isso a Bahia só consegue elucidar menos de 8% dos crimes”, criticou Eustácio. Jornal da Chapada com informações do Sindpoc.