A chacina de seis pessoas ocorrida na noite do último domingo (6), no povoado de Iúna, a 18 quilômetros da sede do município de Lençóis, na Chapada Diamantina, foi elucidada, segundo informações da 42ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM). De acordo com dados da PM, a motivação do crime foi uma rivalidade do grupo de traficantes de drogas, comandado por um homem identificado como Leonardo da Silva Moraes, o ‘Léo Careca’, com as vítimas. Foram presos Indira Luanda Ferreira Barbosa, de 44 anos, conhecida como “Indira Professora”, Ana Paula Gomes Santos, a “Ana Paula de Birau”, de 35, e Gilvan Santos de Jesus, de 26. Os três presos foram conduzidos à delegacia e autuados em flagrante por tráfico de drogas. Dois homens também suspeitos de participar do crime foram identificados e são procurados pela polícia.
A Polícia Civil, em contato com o G1, confirmou a informação da PM de que o crime foi motivado por disputa de tráfico de drogas na região. Conforme a polícia, um dos mortos, Gildásio Bispo das Neves, conhecido como Leixão, de 51 anos, controlava o tráfico na localidade de Iúna, e era o principal alvo da ação criminosa. Pelos mortos serem trabalhadores rurais em uma comunidade quilombola foi levantada a possibilidade de que a chacina teria relação com disputas por território, hipótese descartada pela delegada Mariela Campos-Sales Silvério, que investiga o caso. Desde o dia da ocorrência, as forças de Segurança Pública, a PM, através do Comando de Policiamento da Região da Chapada e da 42ª CIPM, e Polícia Civil, através da Coordenadoria de Polícia Civil da Região da Chapada, montaram um Gabinete de Comando sediado em Lençóis de onde foram traçadas estratégias e táticas para elucidação dos fatos.
Além de Leixão, foram executados: Adeilton Brito de Souza, o Boga, 22, Cosme do Rosário da Conceição, 49, Marcos Pereira da Silva, 31, Valdir Pereira Silva, 28, e um sexto homem ainda não identificado pela polícia. A Superintendência Regional do Incra na Bahia informou que o nome da sexta vítima é Amauri Pereira Silva. Ainda segundo a polícia, o traficante ‘Léo Careca’ teria mandado matar Leixão por vender drogas para um rival dele, conhecido pelo apelido de Naninho, oriundo da região de Irecê. Léo Careca é procurado pela polícia.
Outro integrante do grupo, Alef da Silva Alves, é suspeito de levar os assassinos até o local do crime e depois facilitar a fuga ao grupo. Ele também conseguiu escapar do cerco policial e está foragido. Na casa de Indira, que é suspeita de ser responsável pela contabilidade da quadrilha, a polícia apreendeu pés de maconha e porções da droga já embaladas para venda. Ana Paula e Gilvan, que atuam como olheiros e vendem drogas, também estavam no local, em Tanquinho de Lençóis.
“A Polícia Militar manifesta total repúdio a todas as mortes violentas ocorridas, sejam elas precedidas ou não de indícios ou confirmação de prática delituosa pelas vítimas. Estas instituições continuam concentrando esforços na prisão dos autores dos homicídios e na redução de toda e qualquer morte violenta”, afirmou o comandante da 42ª CIPM/Lençóis, major Ubiraci Muniz Silva, por meio de nota. Jornal da Chapada com informações das Polícias Civil e Militar e do site G1BA.
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