As cidades de Palmas de Monte Alto, Aracatu, Riacho de Santana e Botuporã, no sudoeste da Bahia, foram alvos de duas operações da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19). Os agentes saíram para cumprir 15 mandados de busca e apreensão, 10 de condução coercitiva e oito de medidas cautelares diversas. As operações foram batizadas de Chronos e Syagrus.
Segundo a PF, a ações são decorrentes de inquéritos policiais instaurados em Vitória da Conquista para apurar fraudes nos processos licitatórios e na execução de contratos de prestação de serviços de limpeza, asseio e conservação diária nas dependências de prédios pertencentes às prefeituras das cidades de Aracatu e de Palmas de Monte Alto, entre os anos de 2014 e 2017.
De acordo com a polícia, as investigações detectaram que uma empresa, vencedora das licitações nos dois municípios, era de “fachada”. Muitos dos empregados contratados seriam “fantasmas” ou prestariam serviços em estabelecimentos já totalmente desativados, a exemplo de dezenas de escolas.
A investigação levou a servidores municipais ligados ao ex-prefeito de Palmas de Monte Alto e a familiares do atual prefeito de Aracatu, que utilizavam apenas parte do dinheiro recebido pela empresa para remunerar pessoas da zona rural ou adolescentes para a execução do objeto do contrato. O restante teria sido apropriado indevidamente.
Conforme a PF, foram afastados das funções públicas os atuais prefeito e secretário de Administração e Finanças de Aracatu e servidores públicos de Palmas de Monte Alto. A polícia apurou que, entre abril de 2014 e maio de 2016, a prefeitura de Palmas de Monte Alto repassou à empresa a quantia total de R$ 652.297,20.
Já a prefeitura de Aracatu, desde a celebração do contrato, em 2015, repassou a quantia de R$ 4.064.217,24. Por conta das fraudes, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou o bloqueio de R$ 3.192.388,27 deste montante. Jornal da Chapada com informações do G1BA.