O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse que o general Antonio Hamilton Mourão, que admitiu a possibilidade de uma intervenção militar no país em função da crise institucional e política, não será punido. O comandante também declarou que a possibilidade de uma intervenção “ocorre permanentemente” e que “as Forças Armadas têm mandato para fazer [uma intervenção militar] na iminência de um caos”. Afirmação segue a linha do discurso defendido por Mourão, que disse que o Exército tem “planejamentos muito bem feitos” sobre o assunto.
Na última segunda-feira (18), o ministro da Defesa, Raul Jungmann, havia pedido explicações e cobrado “medidas cabíveis a serem tomadas” contra o general Mourão por suas declarações defendendo um golpe militar. Segundo o comandante, Mourão, é “um grande soldado, uma figura fantástica, um gauchão”. Nesta terça-feira (19), em entrevista ao jornalista Pedro Bial, Villas Boas afirmou que Mourão não desrespeitou a legislação que proíbe oficiais da ativa se posicionarem em relação ao quadro político-partidário nacional. Ele também defendeu a fala do subordinado.
“Se você recorrer ao que está na Constituição, no artigo 142, como atribuição das Forças Armadas, diz que as Forças podem ser empregadas na garantia da lei e da ordem por iniciativa de um dos poderes”, disse o comandante do Exército na entrevista. “O texto diz que o Exército se destina à defesa da pátria e das instituições. Essa defesa poderá ocorrer por iniciativa de um dos poderes, ou na iminência de um caos. As Forças Armadas têm mandato para fazer”, completou. As informações são do Brasil 247.