Os prefeitos de Porto Seguro, Eunápolis e Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia, foram alvos da Operação ‘Fraternos’ da Polícia Federal (PF) realizada nesta terça-feira (7). O objetivo da ação foi afastar os prefeitos e cumprir mandados de prisão, busca e apreensão e condução coercitiva, quando alguém é levado para depor, por ordem da Justiça Federal. Os políticos utilizavam, desde 2009, empresas de parentes para simular licitações e desviar dinheiro de contratos públicos. As investigações apontam que Claudia Oliveira (PSD), de Porto Seguro, José Robério Batista de Oliveira (PSD), de Eunápolis, e Agnelo Santos (PSD), de Santa Cruz Cabrália, teriam fraudado contratos que somam R$ 200 milhões. Claudia Oliveira e José Robério são casados.
A PF chegou a pedir a prisão dos três prefeitos, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª Região negou. No começo da manhã o secretário de comunicação da prefeitura de Porto Seguro, César Aguiar, ainda não tinha conhecimento sobre a operação e que não conseguiu contatar a prefeita e a Procuradoria Geral do Município. A assessoria da prefeitura de Eunápolis informou que está sabendo da operação, mas ainda não tem posicionamento e tenta falar com o prefeito Robério Oliveira. Já o assessor da prefeitura de Santa Cruz Cabrália disse que deve emitir uma nota assim que tiver o posicionamento sobre o assunto.
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Os policiais afirmaram que foi organizada uma “ciranda da propina” nos três municípios baianos, em razão do rodízio que era feito entre as empresas envolvidas no esquema de corrupção para vencer as licitações e tentar “camuflar” as irregularidades. A PF destacou que, em muitos casos, os suspeitos “chegavam ao extremo” de repassar a totalidade do valor contratado a outras empresas do grupo familiar na mesma data em que as prefeituras liberavam o dinheiro. Por conta do uso de familiares para cometer as irregularidades, a operação da PF foi batizada de Fraternos.
Os investigados, conforme a polícia, irão responder pelos crimes de organização criminosa, fraude a licitações, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Ao todo, a Justiça Federal expediu 21 mandados de prisão temporário (de até cinco dias), 18 de condução coercitiva e 42 de busca e apreensão. As ordens judiciais estão sendo cumpridas na manhã desta terça na Bahia, em São Paulo e em Minas Gerais. Cerca de 250 policiais federais atuam na Operação Fraternos com o auxílio de 25 auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) de integrantes do Ministério Público Federal. Jornal da Chapada com informações do G1BA.