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Chapada: Famílias retomam terreno do estado em Iraquara e traçam estratégias para permanecer no local

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A retomada do terreno da EDBA aconteceu neste domingo e reuniu militantes do movimento de luta pela terra na Chapada Diamantina | FOTO: Divulgação |

As mais de 1,8 mil famílias que foram surpreendidas com uma ação policial que reintegrou posse da fazenda inativa da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) em Iraquara, na Chapada Diamantina, voltaram a ocupar o local neste domingo (19). De acordo com informações apuradas pelo Jornal da Chapada, a ação ainda traçou estratégias para que as famílias permaneçam no local, como a plantação de três mudas de árvores nativas da região por parte das famílias que reocuparam o local. De acordo com o líder do Movimento dos Sem Teto (MSTS), Mourival José de Souza, “a luta por moradia não vai parar por conta de ação política”. Para ele, as famílias têm o direito a ter sua casa própria e informa que a iniciativa ainda contou com uma caminhada.

“Fizemos a retomada, foi muito boa, fizemos uma caminhada. E nessa caminhada, lá no centro no meio do terreno fizemos uma parada para uma reflexão sobre o meio ambiente, e definimos que cada família daquelas plantarão, no mínimo, três árvores em seu quintal. Isso dará mais de 4,5 mil árvores só na primeira rodada. Com isso, a gente quer fazer esse reparo ao dano ambiental e chamar o Inema [O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos] para que nos oriente e nos ofereça mudas de plantas nativas para que a gente possa ir reparando os possíveis danos que porventura foram criados com o projeto”, salienta Mourival.

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Ainda conforme o líder do MSTS na Chapada Diamantina, a reocupação foi “tranquila”, “muita gente participou”. “Eles querem saber de nossas iniciativas e o nosso projeto está de pé. Fizemos uma reflexão também com relação ao governo e ao governador Rui Costa, separamos joio do trigo. Porque no governo tem gente que não merece estar no lugar em que está. E o governador, muitas vezes, não é culpado de tudo que acontece, e fizemos esse adendo, para que as pessoas não tirassem conclusões precipitadas em relação ao governador”, completa.

Para o advogado Gilmário, que acompanha o caso, a ideia de reocupação foi das famílias, ele diz que a briga agora será para se manter no local em definitivo. “Preciso parabenizar nossos companheiros e companheiras que estiveram neste domingo na reunião. Os maus intencionados agora viram que não somos covardes. Existimos e temos direitos à terra. Senti firmeza em nossa retomada. Estamos firmes nesta luta na garantia dos direitos individuais e coletivo”, descreve.

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