A trabalhadora rural sem-terra Damiana Farias, de 46 anos, moradora do Acampamento Gildásio Sales Ribeiro, às margens da BR-367, entre o povoado de Vera Cruz e o município de Porto Seguro, foi morta na estrada que liga o lote, onde trabalha, à sede do acampamento. O corpo foi encontrado nesta última sexta-feira (22) e segundo os relatos das famílias, Damiana foi vítima de agressão física e morta a pauladas. Até então, nenhum suspeito foi indiciado.
Os trabalhadores sem-terra contam que o local, onde ocorreu o assassinato, é de circulação aberta, sem o controle dos moradores do acampamento e das comunidades vizinhas, o que dificulta a identificação de um suspeito. Os familiares de Damiana e a direção do MST na região aguardam o relatório da perícia com informações sobre o assassinato, porém exigem que as devidas averiguações sejam realizadas com responsabilidade e agilidade.
As famílias acampadas ficaram revoltadas com o ocorrido e na manhã do sábado (23) trancaram a BR por quatro horas e exigiram justiça. Na ocasião, cerca de 100 pessoas participaram da manifestação em denúncia aos altos índices de violência e a omissão da justiça e do Estado em dar respostas concretas.
Números
Neste primeiro semestre, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA) divulgou que 23,4 mil casos de violência contra as mulheres baianas foram notificados. Já em 2015, os números apontaram que nas regiões sul e extremo sul do estado 517 casos foram notificados.
O mais alarmante é que 30 das 70 cidades localizadas nestas regiões superam a estimativa de violência de Salvador, município que possuí um dos maiores números de habitantes de todo estado. No extremo sul da Bahia, o MST segue mobilizado e exige que o caso seja averiguado com urgência. As informações são do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia.