Para se inserir no mercado de trabalho é preciso ter experiência, mas como ter experiência sem ter uma oportunidade inicial? Buscando uma solução para esse impasse, o Governo do Estado criou o Programa Primeiro Emprego, que, nesta terça-feira (30), completa um ano. A data foi comemorada com uma solenidade nesta manhã, no auditório do Senai Cimatec, em Salvador, e contou com a participação do governador Rui Costa e de secretários estaduais. Na ocasião, foram efetuadas 1.320 novas contratações.
“Hoje, a adrenalina e emoção tomam conta de mim. Se a oportunidade de ser governador se resumisse a esse instante eu já estaria grato a Deus. É gratificante materializar sonhos de famílias baianas e dar oportunidade de trabalho e de uma vida para esses jovens profissionais esforçados”, afirmou Rui Costa. No discurso, o governador lembrou da própria história, da infância na Liberdade, e fez um pedido aos jovens: “Tenham orgulho de seus pais e mantenham a autoestima elevada para ir atrás dos sonhos e objetivos, com muita força e dedicação”.
Neste primeiro ano, foram inseridos 4.370 profissionais no mercado de trabalho, oriundos de cursos técnicos e profissionalizantes de escolas da rede pública estadual. Dividida em dois ciclos, a ação prevê um total de 11.478 contratados, com carteira assinada, até o final de 2018. Danilo de Jesus é técnico em Administração e é um dos recém- contratados. O jovem concluiu o curso no final de dezembro e, menos de um mês depois, já teve a carteira assinada.
“Irei para a Secretaria de Administração e estou muito feliz. É muito difícil para o jovem se inserir no mercado e eu sei que é uma oportunidade que vai enriquecer muito o meu currículo”, acredita Danilo. O Programa também foi elogiado por Lívia Santana, de 40 anos, que antes era cuidadora de idosos e resolveu fazer o curso de enfermagem: “Continuo na área que escolhi, mas agora saí das casas de família e, com o Programa Primeiro Emprego, tenho todos os direitos assegurados”.
Soma de esforços
Para a inserção desses profissionais acontecer, diversos órgãos têm papel fundamental. As vagas, por exemplo, são intermediadas pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre). “É um programa diferenciado, pois além de conseguir a colocação, a gente busca o beneficiário”, lembra a titular da Setre, Olívia Santana.
Todo o banco de talentos do Programa é gerido e rankeado, de acordo com o desempenho, pela Secretaria da Educação do Estado. “Trata-se de uma iniciativa estimuladora, que tem reflexos até na matrícula da rede de Educação Profissional, que já tem mais de 120 mil inscritos. Além disso, devemos completar a meta inicial em três anos e não em quatro, como estava previsto inicialmente”, comemora o secretário estadual da Educação, Walter Pinheiro.
E tem mais órgãos do Estado envolvidos. O contrato é gerenciado pelas fundações Luís Eduardo Magalhães (Flem) e Estatal Saúde da Família (Fesf-SUS) e fiscalizado pela Secretaria da Administração do Estado (Saeb), que ainda é responsável pelos pagamentos. A Casa Civil também está envolvida, pois é na unidade que está instalado um comitê, responsável pela recepção das solicitações de contratações dos órgãos. A Casa Civil integra a engrenagem, ainda, pela elaboração da legislação do programa.
Contratações
Para ter a chance de contração é preciso manter o cadastro atualizado. Os números do Primeiro Emprego poderiam ser ainda mais exitosos, pois muitos profissionais foram encaminhados, mas não contratados por problemas no cadastro. Os egressos devem inserir ou atualizar os dados por meio da página eletrônica www.primeiroemprego.setre.ba.gov.br.
Os acordos ficam vigentes por 24 meses, no âmbito estadual, e as empresas privadas decidem pela manutenção ou não das contratações. Nos órgãos estaduais – 54 contam com trabalhadores oriundos do Primeiro Emprego -, o contemplado recebe salário mínimo, plano de saúde (Planserv) e vale transporte. As informações são da Secom.