A mudança de lado político de prefeitos baianos, após a desistência do prefeito ACM Neto (DEM) em disputar o governo, tem sido grande. Os filiados a partidos de sua base de apoio estão mudando de lado e oferecendo capital eleitoral ao governador Rui Costa (PT), que concorre à reeleição em outubro. Nas eleições de 2016, o DEM, que tinha nove prefeituras, cresceu para 34. Já o PT, que foi o partido que mais emagreceu na Bahia, de 93, fez somente 39 prefeitos. Agora, com o cenário sem Neto, gestores fazem suas apostas sobre o resultado das urnas.
Um dos casos mais recentes de oferta de apoio foi quando os prefeitos Jesuíno Porto, do município de Maiquinique, e Rozálio Souza da Hora, gestor de São Felipe, ambos do DEM, foram recebidos por Rui, levados pelas mãos do presidente da Assembleia Legislativa, Ângelo Coronel (PSD), que pleiteia uma das vagas ao Senado na chapa do governador. Antes disso, outros prefeitos já haviam procurado partidos da base de Rui como o de São Gabriel, Zé Carlos da Cebola, que estava no DEM, migrou para o PR, e o tucano Tiancle, do município de Castro Alves, entre outros.
“Ficarão lá somente os prefeitos das cidades grandes e alguns outros”, aposta Coronel. Além de Salvador, maior colégio eleitoral, com quase 2 milhões de eleitores, o DEM fez Feira de Santana, com José Ronaldo, hoje pré-candidato ao governo, com cerca de 400 mil eleitores, Camaçari, com 158.125 mil, Barreiras, com 94.612 e Alagoinhas, com 94.177 eleitores. O presidente do PP, vice-governador João Leão, disse que o fenômeno é forte e que 14 prefeitos já procuraram o partido, através dele próprio e de deputados federais. Ele prefere não citar os nomes dos gestores antes de consolidar apoio. Uma reunião deve ocorrer em um mês com Rui, para que seja apresentado aos prefeitos.
“Eles estão dando apoio e devem migrar para o PP logo após as eleições”. O PT também tem sido procurado. Everaldo Anunciação, presidente estadual da legenda, disse que só através dele já chegaram 20 gestores querendo apoiar. Ele cita três exemplos: Ricardo Moura (MDB), prefeito de Valença; Rosival Lopes (DEM),de Taperoá; e Justino (DEM), de Santo Amaro. José Ronaldo, por sua vez, opinou que “o que tem é muita espuma. Eu também tenho recebido apoios de partidos do lado de lá”, diz, e cita como exemplo os prefeitos de Governador Mangabeira , Marcelo (PP), e de Mundo Novo, Dr. Adriano (PSB). “Eleição é decidida pelo povo e não por prefeitos”, diz.
Ele citou as eleições de 2006, quando Jaques Wagner venceu Paulo Souto mesmo com cerca de 10% de prefeitos oficialmente apoiando. “Não significa que não ter apoio da maioria de municípios é perder eleição. Já visitei 35 municípios e fui bem acolhido. A população reclama da saúde, da segurança e educação. Tem muita coisa para acontecer até as eleições”. Jornal da Chapada com informações de A Tarde.