O ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT) foi parar na corte comercial da Inglaterra por causa da polêmica obra do Porto Sul, um complexo formado por porto e ferrovia, que está sendo construído em Ilhéus (BA). Existe indícios de que a autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para a obra foi obtida com pagamento de propina. A obra, iniciada na gestão de Wagner, vem sendo contestada por ambientalistas, pois desmatará 500 hectares de Mata Atlântica. Segundo a Isto É, na Queen’s Bench Division Commercial Court discute-se como, em um único dia, o Ibama, que reprovava o empreendimento, emitiu a licença de instalação do porto.
O projeto Porto Sul foi desenvolvido pelo bilionário indiano Pramod Argawal, que queria extrair minério de ferro no município de Caetité e levá-lo até Ilhéus, pela estrada de ferro. O maior problema para a realização da obra era a resistência do Ibama, pois em 19 de setembro de 2014, técnicos do Instituto negaram a autorização da licença de instalação da obra. Mas, no final do mesmo dia, o presidente do órgão na época, Volney Zanardi Junior, deu a permissão.
Segundo a publicação, por conta dessa reviravolta do Ibama, o episódio foi parar na Corte inglesa, já que a Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC), que era sócia do indiano no Porto Sul, cogitava comprar a totalidade do empreendimento, mas só pagaria a última parcela, de US$ 220 milhões, se Pramod Argawal conseguisse a licença do Ibama. Os advogados da ENRC alegaram, na corte inglesa, que não pagaram a parcela porque a licença do Ibama foi conseguida com pagamento de propina.
Em nota enviada a Isto É, Wagner afirma que “tanto o porto como a ferrovia são essenciais para o desenvolvimento da Bahia, do Nordeste e do Brasil”. Na próxima terça-feira (22), representantes do Ibama terão reunião em Ilhéus com o Ministério Público Federal e integrantes da sociedade civil para tratar do caso. As informações são do Bocão News.