Brasil e Bélgica voltam a se encontrar em uma Copa do Mundo, na próxima sexta-feira (6), às 15h, na Arena Kazan, desta vez nas quartas de final, em uma situação diferente daquela em que disputaram as oitavas, na Copa de 2002. Agora, o time belga possui uma de suas melhores gerações e chega à disputa com o melhor ataque da Copa de 2018, com 12 gols em quatro jogos. O Brasil, por outro lado, se não tem o melhor ataque, possui a defesa menos vazada, ao lado do Uruguai, tendo sofrido apenas um gol em quatro jogos, 1 a 1 contra a Suíça; 2 a 0 contra Costa Rica e 2 a 0 nos sérvios, chegando às quartas após vencer o México por 2 a 0.
O zagueiro Thiago Silva, que já foi capitão em duas partidas neste Mundial, tem jogado com muita categoria e eficiência, sendo um dos destaques da competição. Mas, pelos resultados da equipe brasileira, fica claro também que seu ataque está muito longe de ser inoperante, tendo feito 7 gols nessas partidas. Em 2002, a Bélgica, formada por jogadores como Daniel Van Buyten (24 anos), o atacante Mbo Mpenza (25 anos) e o veterano Marc Wilmots (33 anos) buscava uma maior afirmação no cenário internacional e enfrentou o Brasil, que tinha o melhor ataque da competição. Perdeu por 2 a 0, com dois gols de Rivaldo.
Mas saiu de campo reclamando que o jamaicano Peter Prendergast errou ao dar falta de Wilmots em Roque Júnior, quando o belga teve um gol de cabeça anulado. Roque Júnior garante até hoje que houve a sobrecarga que o impediu de disputar a jogada pelo alto. A geração formada por grandes nomes como Michel Preud’Homme, Stéphane Demol, Georges Grün, Franky Van der Elst, Franky Vercauteren, Enzo Scifo e Jan Ceulemans, nos anos 90, foi por muitos anos reverenciada no país. E só a atual geração, com Kevin De Bruyne, Eden Hazard e Romelu Lukaku, entre outros, voltou a encher de esperanças os belgas.
Para chegar até esta fase na Copa de 2018, os belgas venceram por 3 a 0 o Panamá; por 5 a 2 a Tunísia e por 1 a 0 a Inglaterra, antes de vencerem, no sufoco, o Japão por 3 a 2. O duelo da próxima sexta-feira (6) promete ser eletrizante. O treinador da Bélgica sabe que, se entrar com poucas precauções defensivas, tenderá a levar muitos gols na partida. Por isso ele deverá aproximar um dos zagueiros (provavelmente Alderweireld) do volante Witsel, para não perder a disputa no meio-campo. Ou já entrar com Fellaini no setor, em lugar do ofensivo Mertens.
Para a atual seleção brasileira, enfrentar um time como os belgas é algo muito raro, já que a equipe europeia joga boa parte do tempo em um 3-4-3 clássico, com Mertens, Lukaku, um dos vice-artilheiros da Copa, e Hazard. Coincidentemente, o México atuou desta maneira em vários momentos do jogo desta segunda-feira, quando o Brasil soube aproveitar os espaços no ataque. De Bruyne também exigirá total atenção de Paulinho e Fernandinho na marcação. Pode ser até que, por atuar no futebol inglês e conhecer de perto o estilo de alguns belgas, Danilo acabe sendo escalado na lateral-direita.
O atual esquema belga é semelhante ao da Holanda (de 1994 e de 1998). Mais recentemente, em 2010, o Brasil foi derrotado pelos holandeses nas quartas, mas o adversário, então dirigido por Bert van Marwijk, atuava no 4-4-2. Neymar deverá ter pela frente o seu colega de PSG, Thomas Meunier, de 1m90, como um dos seus marcadores. A movimentação de jogadores no ataque, diante de uma defesa considerada lenta, deverá ser uma das estratégias de Tite para superar a marcação por zona do adversário.
Neste sentido, o jogo contra o México, que também mostrou variações ofensivas e na marcação, chegando a atuar no 3-4-3, foi uma excelente demonstração de como o Brasil pode se portar na defesa e na movimentação ofensiva diante de uma equipe versátil. Nestas oitavas, apesar da heroica reação belga, a seleção brasileira se mostrou mais equilibrada do que sua próxima adversária. As informações são do R7.
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