A incidência das Doenças Sexualmente Transmissíveis em jovens brasileiros tem avançado consideravelmente nos últimos anos. De acordo com o Ministério da Saúde 56,6% dos brasileiros entre 15 e 24 anos usam camisinha com parceiros eventuais. “Os jovens estão deixando de usar caminha e isso aumenta o risco de contrair uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) no início da vida sexual, que pode deixar sequelas para o resto da vida”, explica o especialista em Reprodução Humana, Joaquim Lopes, diretor do Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva. Problema de saúde pública mundial, as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) são infecções transmitidas através de relações sexuais com uma pessoa contaminada.
As DST’s podem causar danos no aparelho reprodutor nos dois sexos e levar à infertilidade. Nas mulheres, por exemplo, podem provocar obstrução das trompas, impedindo a gravidez pelo processo natural. Nos homens, a gonorreia e a clamídia são capazes de causar obstrução dos canais por onde transitam os espermatozoides – os condutos deferentes. “A melhor forma para prevenir as DST’s continua sendo o uso do preservativo em todas as relações sexuais”, reforça o especialista. O médico destaca a importância do sexo seguro tanto para evitar a gravidez indesejada como para prevenir doenças, que podem levar, dentre outras consequências, à infertilidade.
Dentre as complicações causadas pelas Doenças Sexualmente Transmissíveis também podem acontecer doenças neonatais, gravidez ectópica (gravidez nas trompas), câncer e até mesmo a morte. “Ao notar qualquer lesão na região genital ou sintomas, como feridas, bolhas, verrugas, inchaço, secreção, mal cheiro, ardência ou coceira, dor pélvica ou mesmo dor no ato sexual, é importante parar de ter relação sexual, procurar o médico e informar ao parceiro para que o faça também”, orienta Joaquim Lopes. O tratamento deve ser realizado simultaneamente pelos parceiros. O especialista lembra ainda sobre a necessidade de realizar exames preventivos anuais e sobre a importância da vacina contra HPV.
A maioria das DST’s tem cura, mas um dos agravantes dessas doenças é que, muitas vezes, elas não se manifestam ou só apresentam sintomas quando já estão em estado mais avançado e podem causar danos maiores. “Uma pessoa portadora de DST e sem sintomas pode ser um transmissor da doença”, explica Joaquim Lopes. Além do sexo sem uso do preservativo, outros comportamentos são considerados de risco como, por exemplo, ter vários parceiros. “A multiplicidade de parceiros aumenta o risco de exposição aos agentes causadores da doença, caso algum deles seja portador de uma DST”, afirma Joaquim Lopes. A transmissão de DST’s também pode acontecer através de uma transfusão de sangue, compartilhamento de seringas e agulhas e da mãe para o bebê, na gestação ou no parto.
As DST’s são infecções transmitidas através de relações sexuais e causadas por vírus, fungos, protozoários e bactérias. A gonorreia, a clamídia, a tricomoníase, a sífilis, o HPV (Papilomavírus Humano), cancro mole, herpes genital, hepatite B e a AIDS (resultante da infecção pelo vírus HIV) são as DST’s mais comuns. O Papilomavírus Humano (HPV), responsável por mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero, é considerado uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais comuns no mundo. O Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV, principalmente entre mulheres na faixa etária entre 15 e 25 anos, mas a doença também acomete os homens. As informações são de assessoria.