Na Bahia, em 2018, ocorreram 24.714 casos de acidentes por animais peçonhentos, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), com 188 ocorrências em Salvador. Entre eles, o acidente escorpiônico predominou, com 18.985 (76,8%), dos quais 47 se deram na capital. No ano passado, o Centro de Informações Antiveneno (Ciave) registrou o atendimento de 2.425 casos de escorpionismo. Já nessa primeira quinzena de janeiro, o Centro registrou 127 casos, 10% a mais que o mesmo período em 2018, com uma média de 9 ocorrências por dia.
Segundo Jucelino Nery, diretor do Ciave e coordenador estadual do Programa de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos, os acidentes escorpiônicos tiveram, em 2018, um aumento de 22%, em relação ao ano anterior. Além do clima, o crescimento desordenado das áreas urbanas, a falta de saneamento básico, o desmatamento e o acúmulo de lixo, entulhos e restos de material de construção fazem com que os escorpiões procurem abrigo e alimento (insetos, principalmente a barata) próximo ou dentro das residências, ocorrendo os acidentes.
No caso de picada por escorpião, deve-se acalmar a vítima, lavar a região atingida com água e sabão (não aplicar alho ou qualquer outra coisa), colocá-la em posição de repouso e levá-la à unidade de saúde mais próxima do local de ocorrência. Quando contatado pela unidade, o Ciave orientará quanto ao diagnóstico e tratamento desses pacientes.
Fake news
O Ciave alerta para “fake news” que está circulando atualmente nas redes sociais, onde está sendo recomendada a aplicação de gelo sobre o local da picada para atrasar a circulação de sangue. Segundo Jucelino Nery, “essa conduta não traz nenhum benefício para o paciente e pode atrasar a busca do atendimento médico”.
Estes acidentes podem ser evitados com os alguns cuidados, como: manter limpas as áreas internas e ao redor das residências, evitando o acúmulo de lixo, entulhos e outros materiais; manter berços e camas afastados da parede, principalmente em casas sem reboco; sacudir roupas, toalhas, panos de chão e calçados antes de usar; fechar buracos e frestas em paredes, janelas, portas e muros; proteger mãos e pés quando mexer em montes de lenha, tijolos, telhas, entulhos, folhagens e buracos; evitar a presença de baratas, que fazem parte do cardápio dos escorpiões; usar telas em ralos e janelas. As informações são da Sesab.