O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) comemora, nesta segunda-feira (21), 35 anos de existência e de atuação no campo da reforma agrária. Para celebrar a data magna do movimento social, inúmeras atividades são realizadas por diferentes regiões do Brasil. Para o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), um dos representantes do MST no Congresso Nacional, “temos muito para comemorar, mas existem ainda pautas para defender e lutar dentro da bandeira de defesa da reforma agrária”. Assunção celebra a data e critica algumas medidas tomadas pelo atual governo federal, com a liberação de dezenas de agrotóxicos e a perseguição contra Sem Terras, indígenas e quilombolas.
“O MST é fundamentalmente importante para a organização do povo brasileiro em busca de direitos. Direito à terra, educação, justiça, dentre tantos outros que estão ameaçados com esse governo atrapalhado. E o nosso movimento segue se desenvolvendo, não é por menos que é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. E a vida de milhares de Sem Terras hoje pode ser considerada digna, livre da subalternidade imposta pelo latifúndio”, destaca Valmir. Essa data é comemorada pelo MST em referência ao início do primeiro Encontro Nacional, realizado em 1984, na cidade de Cascavel (PR).
Assunção ainda diz que “a reforma agrária é uma ação fundamental para a democracia e produção de alimentos saudáveis”. Sobre o governo de Jair Bolsonaro (PSL), o parlamentar petista criticou o novo secretário de Assuntos Fundiários, o ruralista Nabhan Garcia – que trata a pasta como uma extensão do escritório da União Democrática Ruralista (UDR). “É um absurdo! O governo atua para aumentar a desigualdade na sociedade. O povo da zona rural que vai sofrer com decisões esdrúxulas e retrógradas”.
Valmir também criticar a liberação pelo Ministério da Agricultura (MAPA) das dezenas de tipos de agrotóxicos. “São venenos agrícolas de alta periculosidade à vida humana”, frisa. Ele defende a produção de alimentos sem o uso de compostos químicos, como faz o MST. Aponta ainda que a medida é, antes de tudo, uma questão de saúde pública. “O uso desses venenos, além de contaminar mananciais vai parar nos pratos de muitas famílias causando diversas doenças, inclusive o câncer. Temos de lutar para fazer valer a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos [PNaRA]”, completa.