O discurso chanceler Ernesto Araújo durante a cerimônia de formatura dos novos diplomatas do Instituto Rio Branco deu o que falar. Ele elogiou o presidente Jair Bolsonaro, comparando-o a Jesus Cristo, e se emocionou diversas vezes, chegando até a chorar. Em referência ao presidente da República, que estava presente na cerimônia, Araújo citou trecho do Evangelho que diz que “a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular”. No Evangelho, a pedra angular simboliza Jesus Cristo.
“A pedra que os órgãos da imprensa rejeitaram, a pedra que os intelectuais rejeitaram, que os especialistas rejeitaram… Essa pedra tornou-se a pedra angular do edifício do novo Brasil”, completou o chanceler. Citando a homenageada da turma de 30 formandos do Instituto Rio Branco, Aracy Guimarães Rosa, Araújo disse que “diplomacia não significa ficar em cima do muro, nem ficar assistindo em cima do muro esperando ver quem ganha e aí aderir ao vencedor”.
“Diplomacia precisa ter sangue nas veias”, disse. Ao se dirigir aos formandos, o ministro de Relações Exteriores afirmou que o governo luta por renovação e que Bolsonaro admitiu os diplomatas nessa “causa” de maneira inédita. Também orientou os formandos a “pensarem” e “não terceirizarem informações aos meios de comunicação”.
Venezuela
Sobre a crise no país vizinho, o chanceler afirmou que o Brasil ajudou “de maneira decisiva a criar uma marcha irreversível de democracia na Venezuela”. Também lamentou pessoas que, segundo ele, torcem a favor “da tirania e do cinismo” no país vizinho apenas por torcer contra o governo Bolsonaro, mencionando entre essas pessoas setores da imprensa.
Depois do evento, Araújo afirmou aos jornalistas que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó não foi derrotado no último dia 30 ao convocar a população para pressionar Nicolás Maduro. A interpretação de Araújo foi que houve “avanço” no processo e que a pressão diplomática dos países do Grupo de Lima já fez efeito no país vizinho.
O ministro afirmou que os países que apoiam o autoproclamado presidente interino da Venezuela se esforçam para não deixar ser criada uma narrativa, “que seria falsa”, de um retrocesso no processo. Ele enfatizou que houve “um avanço” e que é preciso discutir novos elementos de pressão diplomática sobre a Venezuela. Jornal da Chapada com informações de MSN.