O ‘Dia Nacional de Greve na Educação’ contra o corte de 30% do orçamento federal da área mobilizou mais de um milhão de pessoas em manifestações em cidades de todos os estados e no distrito federal, nesta quarta-feira (15), segundo balanço dos organizadores. Os protestos seguiram no período da manhã até a tarde. A iniciativa do governo Bolsonaro revoltou professores, pesquisadores, trabalhadores e estudantes de escolas públicas, universidades e institutos federais. “As medidas do governo Bolsonaro são um ataque aos municípios, aos estados, à população. Sem investimento na educação não há desenvolvimento”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo.
O corte atinge as verbas discricionárias, utilizadas para pagamento de despesas de funcionamento, serviços terceirizados, restaurantes universitários, água, energia, internet, entre outras. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) teve de bloquear 4.798 bolsas de pesquisa. Após muita pressão de pesquisadores e cientistas, 1.224 bolsas foram liberadas. Em visita a Dallas, nos Estados Unidos, Bolsonaro declarou que os manifestantes são “idiotas úteis” e “massa de manobra”. “Ao chamar o educador de um ‘idiota útil’, o presidente mostra o quanto ele desrespeita a profissão que é responsável por formar os demais profissionais e não tem noção do papel desta categoria na formação dos brasileiros”, afirmou Araújo.
A pauta de reivindicações da mobilização também inclui o fim do patrulhamento ideológico nas universidades, dos sucessivos cortes nas políticas educacionais e da ameaça de acabar com a vinculação constitucional que assegura recursos para a educação, defendida pelo ministro da Economia Paulo Guedes. Os atos pacíficos também são uma prévia para a greve geral dos trabalhadores contra a reforma da previdência, marcada para o dia 14 de junho. Segundo a CNTE, mais de 50 mil educadores e estudantes estão protestando na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Em Curitiba, pelo menos 20 mil estudantes e trabalhadores em educação tomaram as ruas em defesa da educação. Em Belo Horizonte, são cerca de 250 mil manifestantes. Na Bahia, a estimativa é que há 50 mil pessoas participando do ato em Salvador. Além de manifestações em todas as capitais, há registro de protestos em 122 cidades desde o início da manhã. No estado de São Paulo, por exemplo, houve manifestações de estudantes secundaristas na região da Avenida Paulista – palco da manifestação da tarde – e na USP e está programada uma grande manifestação para o período da tarde, com concentração às 14h.
Também houve protestos em Campinas, Sorocaba, Santos Bauru, Araraquara, Rio Claro, São Carlos e Boituva. Ainda no interior, estudantes da USP e da Unesp fizeram atos em Ribeirão Preto, Jaboticabal e Presidente Prudente. Em Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba e Suzano, na região metropolitana, também houve atos de docentes e alunos. No Rio de Janeiro, a capital registrou protestos no Colégio Pedro II, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Universidade Estadual da Zona Oeste (Uezo) e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Houve também atos em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Em Fortaleza, no Ceará, estudantes de instituições federais bloquearam a Avenida da Universidade. Juazeiro do Norte, Tauá, Crato, Sobral Cedro, Iguatu, Canindé, Crateús, Quixadá e outras cidades do interior do estado também tiveram mobilização de estudantes e professores. As informações foram extraídas do site Rede Brasil Atual.
Vídeos divulgados nas redes