Nos diferentes espaços da Feira Literária de Mucugê (Fligê), no município da Chapada Diamantina, a movimentação do público, principalmente estudantil, foi intensa nesta sexta-feira (16), segundo dia do evento. Entre os destaques, a mesa de conversa sobre afrofuturismo, a exposição de xilogravuras de Hansen Bahia e oficinas para crianças e adolescentes promovidas para a Secretaria da Educação do Estado. A forte presença de estudantes da região foi uma marca na edição passada da Fligê e se repete neste ano, como destacou o secretário estadual da Educação, Jerônimo Rodrigues. “Durante esses dias, escolas da rede, tanto de Mucugê quanto da região, se deslocam para o evento, a fim de garantir uma experiência inovadora na vida de aprendizagem de cada um dos estudantes”.
Nesta sexta, já ocorreram workshops e oficinas, a exemplo da ‘Toim, cadê você – o que o corpo diz de nós?, conduzida pela superintendente de Políticas para Educação Básica, Manuelita Falcão, e de quadrinhos, com ensinamentos da equipe do Centro Juvenil de Ciência e Cultura. Também fazem parte da programação desta sexta (16) o Papo de Cinema, com apresentação de vídeo estudantil sobre o escritor e poeta Castro Alves, e o Sarau Literomusical, com apresentação de músicas e poesias dos projetos Festival Anual da Canção Estudantil (Face) e Tempos de Artes Literárias (TAL).
Afrofuturismo
A Mesa de Conversa I, que lotou o Centro Cultural de Mucugê, tratou do ‘Afrofuturismo: o devir negro e a literatura’ e foi conduzida pelo diretor da Fundação Pedro Calmon (FPC), Zulu Araujo. “O afrofuturismo nada mais é do que a presença negra no mundo da tecnologia, da ficção e da ação, sendo protagonistas, evidentemente. O filme ‘Panteras Negras’ expressa claramente a possibilidade de os negros não serem apenas tradição, de serem contemporaneidade”, explicou.
Exposições
As mostras se espalham pelos espaços e atraem visitantes de todas as idades. Uma delas foi montada na Casa Converso, em frente à Praça do Coreto. Intitulada ‘Navio Negreiro’, a exposição, que já passou por centros culturais de inúmeras regiões da Bahia, reúne 20 xilografias de Hansen Bahia, artista plástico alemão que se radicou em São Félix. O coordenador executivo da Fundação Hansen Bahia, Elias Gomes, contou que as ilustrações foram feitas por volta de 1957. “Essas peças são, na verdade, um diálogo de Hansen com Castro Alves, no qual se inspirou. Com o tema desse ano, a presença dessa mostra na Fligê se faz extremamente oportuna”, avaliou.
Aprovação do público
A professora Elisângela Gonçalves veio de Marcionílio Souza para a Fligê pela primeira vez e trouxe diversos alunos. “É um evento muito interessante para nós, profissionais, mas, principalmente, para os estudantes”. Moradora do distrito de Cascavel, Rafaela Pina tem 12 anos e é estudante do 7º ano do Ensino Fundamental. “Eu vim em todos os anos e estou adorando essa edição, principalmente as ações voltadas diretamente para a literatura e os locais em que se pode adquirir livros. Adoro ler e é muito legal que um evento como esse incentive a leitura”, disse.
Fligê
Até domingo (18), a feira oferece 50 atrações, divididas em oficinas, encontros literários, debates e rodas de conversa, além de espetáculos e exposições, espalhados em diferentes espaços da cidade. Entre os convidados do evento estão Mailson Furtado, vencedor do Prêmio Jabuti 2018; Jarid Arraes, uma das mais jovens escritoras da literatura brasileira contemporânea; Aleilton Fonseca, poeta, romancista e ensaísta; e Noemi Jaffe, autora, professora e crítica literária. A Fligê é resultado de parceria entre Instituto Incluso, Coletivo Lavra e Governo do Estado, com patrocínio do Governo Federal. Informações adicionais, além da programação completa, podem ser obtidas no site do evento.