Com a cerimônia de canonização da manhã do último domingo (13) na Praça de São Pedro, no Vaticano, a Irmã Dulce passou a ser chamada Santa Dulce dos Pobres. De acordo com o Vaticano, 50 mil pessoas participaram da cerimônia. Antes da missa, a cantora baiana Margareth Menezes, o padre Antonio Maria e o sanfoneiro cearense Waldonys tocaram e cantaram no altar a música oficial da canonização.
Dentre os participantes do momento estiveram personagens baianos, como o governador Rui Costa (PT) e o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM). “É a celebração que realizou o sonho de milhares de baianos, nordestinos e brasileiros, com a canonização de Irmã Dulce, agora Santa Dulce dos Pobres. Agora aguardamos a nossa missa, no próximo domingo (20), em Salvador. É um sonho realizado, o reconhecimento de alguém que dedicou a vida a cuidar do próximo”, afirmou Rui.
Publicação do governador com fotos raras
Já Neto afirmou que durante a canonização pediu que ela “continue olhando pelos que mais precisam”. “É uma emoção muito grande acompanhar a canonização do nosso Anjo Bom da Bahia aqui no Vaticano. Nas minhas orações, pedi que ela continue guiando os nossos caminhos e olhando pelos que mais precisam. Salve, Santa Dulce dos Pobres!”, disse.
A santa, conhecida popularmente como Anjo Bom da Bahia, foi uma das religiosas mais populares do Brasil graças ao trabalho social prestado aos mais pobres e necessitados, principalmente na Bahia. O Vaticano considera que Santa Dulce dos Pobres é a primeira santa brasileira. Embora outras brasileiras e uma religiosa que atuou no país tenham sido canonizadas pela Igreja Católica anteriormente, irmã Dulce é a primeira mulher nascida no Brasil que teve milagres reconhecidos.
Vídeo do governador no Vaticano
Além de Irmã Dulce, foram canonizados o teólogo e cardeal inglês John Henry Newmann, um dos principais intelectuais cristãos do século 19; a religiosa italiana Giuseppina Vannini; a religiosa indiana Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan; e a catequista suíça Margherita Bays.
Intercessão
O chamado “rito de canonização” ocorreu na missa de domingo celebrada pelo Papa. Após um canto de entrada, o Papa abriu a celebração e, em seguida, houve um canto de “invocação do Espírito Santo”. O ato é uma forma de pedir a Deus que o ajude a tomar uma decisão acertada.
Publicação de ACM Neto
Depois, em uma “ladainha” — uma oração cantada —, a Igreja invocou a intercessão de todos os outros santos. Em seguida, foi lida a fórmula de canonização. Depois da leitura da fórmula, em latim, os cinco beatos foram considerados santos. A partir daí, houve um canto de comemoração e a missa seguiu como ocorre nos demais domingos.
Na homilia da missa de canonização, o Papa Francisco afirmou que as pessoas que se dedicam ao serviço dos mais pobres na vida religiosa fizeram “um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo”. Francisco disse que, como os leprosos citados nos textos bíblicos, “todos nós precisamos de cura” e somente Jesus oferece essa cura. Por isso, segundo ele, é preciso rezar, pois “a oração é o remédio da alma”. Jornal da Chapada com informações de G1BA.
Fotos de Rui Costa no Vaticano