Os peixes e mariscos que os peixeiros de Salvador colocam à venda estão indo para o lixo. Com a baixa procura de clientes, por conta da preocupação das pessoas em consumir peixes e mariscos devido ao desastre ambiental com óleo espalhado por 22 municípios baianos incluindo a capital baiana. os produtos apodrecem e precisam ser descartados. Ainda não há informações de como o óleo foi parar no mar. Conforme balanço das prefeituras, cerca de 344 toneladas já foram retiradas das praias afetadas desde o início de outubro, quando as manchas chegaram no estado, até a última terça-feira (29).
Os comerciantes garantem que os peixes e mariscos vendidos na Feira de São Joaquim são comprados em áreas não afetadas pelo óleo, como por exemplo em cidades do sul do país. “Tudo vai para o lixo. Os produtos vieram bons de áreas como Nazaré e Aratuípe, que não foram afetadas pelo óleo. Caranguejo só aguenta entre cinco dias e uma semana se a gente não vende, ele morre ou fica podre. Não só eu, como colegas que trabalham no mercado, fizemos um ofício para levar o Ministério Público Federal (MPF), para que eles ‘apertem’ o governo federal para arcar com esse prejuízo aqui. Todos nós de feiras em Salvador estamos sendo prejudicados”, disse Manoel, um dos comerciantes da Feira de São Joaquim.
Por conta da redução nas vendas, Manoel conta em apenas um dia o prejuízo foi de R$ 2 mil. Ele teve que jogar fora três caixas de caranguejo, uma de peixe e uma de lambreta, além de cerca de três sacos de mariscos. O comerciante Calisto, que foi pescador por mais de 30 anos, também falou do prejuízo com a redução das vendas. “Nenhum cliente na minha banca. Vendo cerca de R$ 2 mil [de peixes e mariscos] só aos domingos. Nesse domingo eu vendi R$ 200. Prejuízo grande, não tenho condições de pagar fornecedores”, revelou. O pescador Davi Sebastian disse que o prejuízo é grande e que vai perder o pescado. “Estou com 460 kg de peixe no freezer e não consigo vender”, disse. Jornal da Chapada com as informações de G1BA.