Hoje em dia, o sonho de grande parte dos estudantes brasileiros é de estudar no exterior, de outros, é ter uma boa colocação no vestibular. E por que não unir as duas coisas? Nas próximas duas semanas, acontece no Brasil o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e o que muita gente não sabe é que é possível ingressar numa universidade de Portugal com a nota do exame. Ao todo, são 42 instituições portuguesas que aproveitam a nota do Enem para o ingresso dos vestibulandos, validando não só o resultado de 2019, como também dos dois últimos anos.
Vale destacar ainda que qualquer estudante brasileiro pode se candidatar à graduação e, no caso de mestrado, basta ter a formação completa na área e, consequentemente, o diploma, que é um dos documentos exigidos na candidatura do aluno. Porém, em meio a todas essas mudanças, podem surgir algumas dúvidas inerentes às exigências de cada país. Pensando nisso, o Programa Estude em Portugal surgiu como um facilitador para os jovens que desejam estudar em terras portuguesas, mas que, no entanto, encontram dificuldades no momento de escolher a universidade ou mesmo para resolver os processos burocráticos de documentação e passaporte.
Idealizado pelo produtor Higor Cerqueira, de 24 anos, o projeto nasceu da dificuldade que os estudantes brasileiros identificavam no momento de se candidatarem a uma instituição de ensino no exterior. A partir daí, o fluminense de Duque de Caxias usou seu conhecimento adquirido durante o intercâmbio para colocar em prática um produto que funciona como assessoria gratuita para os estudantes e, que, há três anos ajuda pessoas a migrarem para Portugal de forma mais acessível.
E por falar em acessível, em Portugal, assim como em todo o resto da Europa, o ensino público é pago, porém, o valor pelo que se paga pelas mensalidades – chamadas lá de “propinas” – é bem inferior comparado às universidades particulares daqui. No Instituto Politécnico Bragança, por exemplo, é cobrado € 1190 por ano, que equivale a R$ 500 por mês, o que acaba sendo bem mais em conta equiparado às instituições privadas no Brasil. Já o critério de seleção nas universidades portuguesas é bem diferente do que ocorre nas brasileiras.
Lá, não existe uma espécie de SISU que seleciona para todas as faculdades a nível nacional, cada instituição tem autonomia para poder fazer o ingresso de um aluno internacional, e a triagem sempre irá ocorrer entre os estudantes que se candidataram àquela universidade e àquele curso, o que pode levar, dependendo da instituição, de três a sete meses. Para os mestrados, os candidatos podem se matricular em qualquer altura, pois muitos deles não abrem editais específicos.
Dentro do processo de criar uma Associação Nacional dos Estudantes Brasileiros em Portugal, projeto do qual Higor e seus amigos do intercâmbio elaboraram desde suas respectivas chegadas, em setembro de 2016, na cidade de Bragança, o produtor pôde estar em contato com muitos jovens e acompanhar de perto as exigências e formalidades para uma candidatura.
“O Estude em Portugal foi ajudando amigos e mais amigos, a partir daí, nos juntamos e formalizamos esse projeto que tem crescido muito rápido. Apesar de ser bem recente, hoje nós temos um número de mais de 2000 atendimentos que acontecem por mês dentro do programa. Então isso tem aumentado muito e temos abraçado essa demanda com estudantes através de associações e por pessoas que estão vivendo em Portugal”, ressalta o fundador do projeto, que carrega na bagagem a experiência de trabalhos já realizados por sua própria produtora, a Umbu Produções, sediada na Baixada Fluminense (RJ).
Assim como Higor, que embarcou nessa experiência internacional, nos últimos tempos, diversos brasileiros migraram para a “terrinha” em busca de uma melhor qualidade de vida, e Portugal acabou se tornando a porta de entrada para muitos estudantes que desejam morar na Europa. “Isso acontece devido a uma facilitação que houve entre convênios específicos, assinado entre Brasil e Portugal para simplificar o acesso de alunos para o ensino superior. A semelhança do idioma pode ser um outro motivo pelo qual o país é um dos destinos mais escolhidos, embora o estudante consiga desenvolver outras línguas”, explica o fundador do Programa Estude em Portugal.
Efetivamente, o projeto atua da seguinte forma: o aluno entra em contato com o setor de atendimento via WhatsApp, passa por uma triagem e depois de responder um formulário, a equipe do programa traça um perfil do aluno e indica quais são as instituições em Portugal que possuem o curso que ele deseja. Além do suporte institucional, que é a principal assistência dada pelo programa, o Estude em Portugal ainda auxilia os estudantes em outros quesitos, como indicações de moradia, alimentação, produtos, valores, mercado de trabalho e todas as informações necessárias para uma pessoa iniciar sua vida no exterior.
Desta forma, o projeto se divide em duas etapas: o atendimento individualizado via WhatsApp e a produção de conteúdo. Na primeira fase, a plataforma serve como ponte entre o aluno e a instituição portuguesa, tendo como base a escolha da universidade; na segunda, é quando ocorre o compartilhamento das informações através do canal no Youtube e por meio do Instagram, que é o principal meio de comunicação da produção de conteúdo do programa. “Os cerca de 33 mil seguidores podem acompanhar de perto uma linguagem informal, divertida, com memes e questões das quais os alunos mais se identificam. E o principal benefício é justamente esse: poder facilitar a vida desse jovem que vai iniciar os estudos em Portugal, oferecendo um suporte de aluno para aluno”, enfatiza Higor.
Vale ressaltar que o Estude em Portugal presta assessoria de forma gratuita, pois a ideia do projeto é financiada por instituições portuguesas que têm interesse em receber os alunos estrangeiros, aliás, a tentativa é buscar mais instituições que financiem este programa para que essa primeira fase gratuita possa ser mantida. Já a segunda fase é paga. Ela envolve a retirada de documentos, vistos e passaportes que podem ser direcionados por meio de cursos online disponibilizados pela plataforma.
“Quando indicamos uma instituição para o aluno, nós mostramos qual é o curso disponível, valor, tempo de duração e localização. Essa indicação nós fazemos para todas as instituições de Portugal, com destaque para aquelas que estão afiliadas ao programa, e isso mantém a gratuidade da nossa plataforma e faz com que ela possa ter maior alcance, principalmente agora nesse momento onde todo mundo se dedica ao Enem e outros vestibulares”, salienta Higor.
“Esse projeto é resultado de uma demanda que nós encontramos em uma página do Facebook que se chama Vestibular da Depressão, e que hoje tem mais de 2 milhões de seguidores e um alcance de impressões que chegam até 10 milhões de usuários por mês. Através desta necessidade, nós começamos a publicitar essa possibilidade de estudar na Europa, e que tem sido um sucesso na ajuda de brasileiros que queiram estudar fora”, conclui. Mais informações em https://linktr.ee/estudeemportugal. As informações são de assessoria.