A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) depôs na Comissão Mista de Inquérito Parlamentar (CPI mista) das Fake News nesta quarta-feira (4). A parlamentar afirmou que os bolsonaristas utilizam ao menos R$ 491 mil do dinheiro público por ano para espalhar fake news. Essa verba seria destinada ao “gabinete do ódio”, criado para cuidar da comunicação do presidente.
Segundo denúncia da deputada à CPI mista, esses funcionários recebem a ordem através do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Uma vez que o alvo é identificado e as montagens e notícias falsas são criadas, estes assessores enviam para os multiplicadores via Whatsapp, “a partir deste momento não tem mais volta”, ressaltou a deputada. O próximo passo é a ativação dos robôs que espalham a notícia pela internet.
Segundo levantamento da deputada, somente as contas oficiais do presidente Jair Bolsonaro e de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, contam com 1,87 milhão de robôs. A parlamentar prometeu, no último dia 19, quando adiou sua ida à CPI, apresentar um “tsunami de novas e gravíssimas informações”. Deputados bolsonaristas temem que o conteúdo que será apresentado por Joice venha a atingir em cheio o governo de Jair Bolsonaro.
O depoimento da Joice é o segundo de um ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro a falar à comissão. O deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) denunciou a participação de assessores do Palácio do Planalto em um esquema de ataques a aliados e adversários do governo. A reportagem encaminhou um pedido de resposta para a presidência da República, mas até o momento ainda não obteve resposta. As informações são do site Congresso em Foco.