O cantor e compositor Chico Buarque foi recebido esta semana pelo Papa Francisco. Na ocasião, também estavam presentes a advogada Carol Proner, o advogado argentino Roberto Carlés e a ativista e escritora italiana Grazia Tuzi. O grupo entregou ao santo padre um relatório de mil páginas com denúncias de processos do que chamam de “judicialização seletiva da política” na Argentina, no Equador e no Brasil.
“Não é exagero reconhecer que o ‘lawfare’ [uso da lei na disputa política] se transforma em um dos maiores perigos para a democracia no mundo e não apenas na América Latina”, diz o documento. A advogada Carol Proner inclusive já havia sido recebida pelo Papa em agosto. Ela estava acompanhada por Marinete Silva, mãe da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ, além da pastora luterana Cibele Kuss e de Paulo Sérgio Pinheiro, ex-ministro de Direitos Humanos e ex-coordenador da CNV (Comissão Nacional da Verdade).
Na ocasião, ela entregou dois livros ao pontífice: um deles sobre o impeachment de Dilma Rousseff e o outro sobre a sentença do juiz Sergio Moro, que condenou Lula. “Eu expliquei a ele que a forma como a Operação Lava Jato está sendo conduzida, com a flexibilização de provas, de forma seletiva, e com a mídia elegendo juízes heróis, acaba gerando injustiças”, afirma ela.
“Disse que o próprio Supremo Tribunal Federal violou um direito universal, que é o da presunção da inocência. Expliquei que isso prejudica não apenas o Lula mas milhares de pessoas que estão na mesma situação e que têm violado seus direitos de forma irreparável”. As informações são do site da Revista Fórum.