O médico José Gilberto Luna Sobrinho foi filmado ofendendo verbalmente uma enfermeira no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na madrugada da última segunda-feira (10). Alterado, ele pede para a enfermeira a medicação ao justificar que “é médico” e iria aplicar em si mesmo. Diante da negativa da profissional, ele a chama de “incompetente”, “miserável” e “fodida”. As informações são do jornal O Dia.
A enfermeira chega a comentar algo durante os ataques, mas é ameaçada em seguida. “É o que? Fala alguma coisa? Fala alguma coisa, miserável! Amanhã eu vou chegar no gerente geral do hospital e falar sobre você, como médico. Você é uma miserável, sua fodida”, continua ele, na série de ofensas. A profissional prefere não reagir. Procurado, o Conselho de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que deve responder apenas pela conduta dos médicos, durante o exercício profissional.
Confira a nota na íntegra:
“Diante dos fatos ocorridos no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Nova Iguaçu, onde um médico, como paciente, agrediu, verbalmente, uma enfermeira que estava em atendimento, o CREMERJ vem se posicionar.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, por dever de seu ofício, deve responder apenas pela conduta dos médicos, durante o exercício profissional. Eles são avaliados, na forma de um devido processo ético, e caso sejam culpados são punidos.
O CREMERJ já está tomando as providências, pois, mesmo fora de suas funções, o Conselho entende que as relações humanas devem ser respeitosas e gentis.
E por isto, o CREMERJ estimula a boa relação entre os profissionais de saúde e conduta ética dos médicos, no exercício ou não de sua profissão”.
Desculpas
José Gilberto Luna Sobrinho se pronunciou através do Instagram, na noite desta terça, e justificou a atitude por ter “bebido mais que deveria”. Ele alega que procurou o hospital para se “hidratar” após “exceder” na quantidade de vinho que bebeu. Ele conta que saiu para comemorar com funcionários do seu centro médico e que, por ser “amante do vinho”, se excedeu na quantidade e foi buscar atendimento para hidratação no hospital.
“Com certeza fui incorreto, exagerado, mas a felicidade acabou me controlando, acabei mencionando e referindo palavras que não são adequadas para uma funcionária”, falou, se defendo dizendo que tem “amor à enfermagem” e que sem a profissão “eles (médicos) não seriam nada”. José Gilberto diz que pelo “erro” cometido está sendo “crucificado na Internet” e pede desculpas, falando que não é “médico 24 horas”.
“Naquele momento eu não era o médico, eu era o Gilberto pessoa. Eu não sou médico 24 horas, assim como nenhum juiz é juiz 24h, nenhum delegado é delegado 24 horas, nem enfermeiro é enfermeiro 24h (…) temos o nosso lado pessoal e eu também tenho. Cometi um erro, assim como todos nós cometemos erros e pecados”, disse.
“O meu ato de falta de educação por ter feito libação alcoólica, que é na medicina quando uma ‘pessoa bebe mais do que deveria’. Foi o que aconteceu comigo, jamais destrataria uma funcionária. (…) Não costumo julgar ninguém, mas se quiserem me julgar, fiquem à vontade. Mas antes disso, com um erro meu, conheçam meu passado, minha história”, conclui. As informações são do jornal O Dia e do Correio 24.