Uma rede de makers, profissionais que colocam a mão na massa para produzir por conta própria diversos tipos de materiais, está sendo formada na Bahia para ajudar na luta contra o novo coronavírus. Foi lançado, na última semana, 25 de março – última quarta, com apoio do Governo do Estado, o projeto ‘Face Shield for Life’, reunindo e convidando os ‘fazedores’ para que utilizem suas impressoras 3D na produção de protetores faciais, EPIs essenciais para minimizar o risco do contágio pela Covid-19. O Hospital Couto Maia recebeu o primeiro lote da doação, com 200 unidades.
O projeto ‘Face Shield for Life 3D’ é uma iniciativa de professores e voluntários da Escola Bahiana de Medicina, Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). As impressoras 3D, também utilizadas na Itália para produção de materiais que auxiliem o sistema de saúde, são máquinas primordiais para imprimir, através de tecnologia tridimensional, e criar próteses, peças decorativas e os próprios protetores faciais.
A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, Adélia Pinheiro, explica que essa é uma rede de solidariedade formada por profissionais capacitados. “Temos um comitê gestor com representantes de instituições parceiras que estão nos ajudando nesta missão de imprimir protetores faciais. Nossos parceiros têm como meta a produção de 10 mil equipamentos em uma semana”, revela.
“Já temos impressoras 3D rodando em instituições de ensino, empresas e residências nos municípios de Salvador, Lauro de Freitas, Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Vitória da Conquista, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Rio de Janeiro e São Paulo. Todos os equipamentos produzidos serão entregues gratuitamente a profissionais de saúde de hospitais públicos e privados”, esclarece.
“Fomos procurados pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) e toda produção de agora em diante será entregue para o órgão, que cuidará da distribuição de acordo com a necessidade das unidades de saúde. É importante lembrar que o EPI é um complemento às máscaras do tipo N95, que protege apenas nariz e boca”, explica o pesquisador Leandro Brito, doutor em Modelagem Computacional e Tecnologia Industrial e professor da UFOB.
Rede do bem
“Todo esforço é fundamental neste momento de enfrentamento estratégico ao coronavírus. Estamos auxiliando a formação de hubs em todo o estado, com esses profissionais que voluntariamente estão produzindo equipamentos para ajudar a rede pública de saúde a conter o avanço do Covid-19. Estamos contatando empresas do setor de Plástico para que possam ajudar com insumos”, afirma o vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico.
Para o secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, a máscara produzida nas impressoras 3D é mais uma importante barreira de proteção para os profissionais de saúde, “dando maior segurança e diminuindo a possibilidade de contato com gotículas de saliva ou secreções dos pacientes”. Ele explica que esse tipo de EPI cobre todo o rosto com plástico transparente e ajuda, principalmente, a proteger a área dos olhos. “Mas vale ressaltar que a utilização desse equipamento não descarta a necessidade do uso da máscara N95”, completa.
O projeto Face Shield for Life 3D conta ainda com apoio popular, que ajuda contribuindo com uma ‘vaquinha’ online. A meta inicial, de R$ 10 mil, estabelecida pelos makers voluntários, foi alcançada em menos de 12 horas. Com a grande procura do equipamento, a meta foi ampliada para R$ 50 mil e, até o fechamento desta matéria, as doações passavam de R$ 30 mil. O dinheiro arrecadado é utilizado para a compra de insumos.
Quem possuir uma impressora 3D e quiser colaborar com o projeto, deve fazer contato com um dos membros do comitê gestor do projeto, no site oficial do projeto. Para baixar os arquivos necessários à impressão, basta acessar encurtador.com.br/kHZ01. As informações são de assessoria.