A família do compositor e cronista Aldir Blanc, que morreu no dia 4 de maio em decorrência da Covid-19, infecção respiratória desencadeada pelo novo coronavírus, disse que recebeu condolências de um assessor, e não da titular da pasta de Cultura, Regina Duarte. A resposta foi publicada nesta sexta (8), pelo Jornal Folha de São Paulo, depois da secretária Especial da Cultura, do governo Bolsonaro, ter afirmado que enviou nota de pesar, pessoal, em entrevista à CNN Brasil (veja aqui).
Segundo uma porta-voz da família, a nota de pesar foi enviada por Milton da Luz Filho, assessor da Secretaria Especial da Cultura em Brasília, a uma das filhas de Blanc por mensagem privada no Twitter. A comunicação, que não leva a assinatura de Regina Duarte, mas apenas do órgão, surpreendeu pelo tom “institucional”, “apesar das palavras bonitas”, disse ela à BBC News Brasil.
Vale lembrar que durante a entrevista Regina Duarte minimizou a Ditadura Militar, afirmando que “sempre houve tortura e que não quer arrastar um cemitério”. Após a fala, Regina Duarte desconversou sobre o tema cantando um trecho do hino da Copa de 1970. “Sempre houve tortura, não quero arrastar um cemitério. Mas, na humanidade não para de morrer, se você falar de vida, do lado tem morte. Porque olhar para trás? Não vive quem fica arrastando cordéis de caixões, acho que tem uma morbidez neste momento. A Covid está trazendo uma morbidez insuportável, não tá legal”, afirmou.
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