Citado por moradores por ter supostamente negligenciado fatos sobre a exploração indevida do mineral jaspe na nascente do rio Palmeiras, na zona rural do município de Contendas do Sincorá, o ex-secretário de Agricultura e Meio Ambiente Adalberto de Marcos Oliveira emitiu nota ao Jornal da Chapada e rebateu as declarações publicadas na matéria do último domingo (14). A nota foi emitida nesta segunda-feira (15) para esclarecer e dar sua versão dos fatos sobre o assunto. Ele se diz surpreendido com os comentários de moradores sobre a sua passagem na pasta municipal, detalha a atuação durante gestão a respeito do caso da degradação da nascente do rio.
Em nota, Adalberto ainda defende apuração dos fatos, diz que os conteúdos dos comentários não são verdadeiros e evidencia que ficou indignado por ser taxado de negligente. “Venho externar minha indignação aos comentários inverídicos e, ao mesmo tempo, errôneos em relação à minha pessoa e sobre a minha atuação enquanto secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Contendas do Sincorá. Tais comentários, proferidos por um morador que não teve a coragem de se identificar, têm finalidade política [politicalha] para tentar macular a minha imagem perante aqueles que não me conhecem”.
Adalberto tem todo o direito de resposta por ter sido uma das fontes procuradas na primeira matéria, no dia 15 de abril, produzida da série sobre a exploração da pedra jaspe por chineses em município chapadeiro (veja aqui o texto completo). O Jornal da Chapada ressalta, no entanto, que o sigilo da fonte é direito constitucional. E alguns dos moradores foram, segundo relatos da segunda matéria, “alvos de intimidação a pedido de pessoas próximas dos chineses, por policiais da região”.
Ainda em nota, o ex-secretário municipal destaca o seu histórico ilibado na condução das ações da pasta de Agricultura e Meio Ambiente. Ele diz que, “durante toda a vida, graças a Deus, nunca me envolvi em nada ilícito – o que pode ser confirmado pela justiça e pelos cidadãos contendenses. Sempre atuei com a maior agilidade e transparência possível, nunca negligenciando o meu trabalho, principalmente em relação às providências contra esse crime ao manancial”. Adalberto ressalta a importância do rio Palmeiras, que abastece a comunidade que leva o mesmo nome.
Ele também faz um histórico da atuação na pasta desde a descoberta da exploração da pedra jaspe no rio chapadeiro. “Tive conhecimento da exploração no dia 6 de abril e, no dia 8 do mesmo mês, fui ao local constatar as irregularidades e notificar o proprietário. Com base na notificação, construímos o processo de denúncia e como foi citado pelo próprio prefeito Ueliton Valdir Palmeira, tomamos todas as medidas necessárias junto ao Ministério Público, Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos [Inema], Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade [ICMBio] e Polícia Civil – o que pode ser confirmado através dos documentos que temos em mãos”, aponta o ex-secretário.
Oliveira reforça que “as referidas instituições continuam trabalhando com muita seriedade para barrar urgentemente as ações criminosas na nascente do rio Palmeiras. Creio que seja até por conta dessas ações que já haja algum oportunista querendo ‘pegar carona’ no trabalho desenvolvido pela gestão municipal e órgãos competentes, visto que o processo está em pronto andamento”.
Por fim, completa dizendo que tanto ele, quanto as instituições já procuradas anseiam pelo esclarecimento da exploração do mineral pelos chineses no município chapadeiro. “Saliento que assim como eu, as instituições citadas estão cientes das insinuações irresponsáveis e ansiosos que os fatos sejam esclarecidos. Sei também que esse tipo de afirmação leviana não representa a população de Palmeiras, mas apenas aquele [s] que, por falta de retidão de caráter, usam o anonimato para benefício próprio e fins políticos”.
Jornal da Chapada
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