O general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde, decidiu contrariar Jair Bolsonaro (sem partido) e declarou, nesta terça-feira (23), que acha correta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de delegar aos estados e aos municípios as decisões a respeito das medidas de isolamento social. Segundo ele, esse é o “melhor desenho” para a gestão da política de combate à pandemia da covid-19, de acordo com reportagem de Rafael Bitencourt, do Valor.
“Acho que é a única decisão possível. Cabe ao governo federal as observações macro e ações específicas de estruturas federais, com discussões nesse nível. Mesmo que a gente faça uma observação específica, pactuando com estados e municípios, não vamos tomar uma decisão unilateral”, afirmou o general, durante audiência pública realizada, por videoconferência, em comissão mista do Senado.
Em relação à classificação do que é serviço essencial durante a condução da retomada das atividades econômicas na pandemia, o ministro interino corroborou o posicionamento do ex-ministro Nelson Teich. Para ele, essa decisão é de responsabilidade do Ministério da Economia.
Soberania
Pazuello definiu como “soberana” a decisão dos médicos em relação à forma mais adequada de tratar os pacientes com Covidc19. “O diagnóstico clínico é soberano. Os nossos médicos têm, sim, a capacidade e o direito de diagnosticar aquele paciente, dando a ele o protocolo de tratamento que assim ele [o médico] achar que deve fazer”, acrescentou, acenando com a possibilidade do uso da cloroquina, medicamento não recomendado para tratamento da covid-19 pela maioria dos especialistas e defendido por Bolsonaro. A redação é da Revista Fórum.