A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou nesta quinta-feira (2) um monitoramento de todos os ataques que o presidente Jair Bolsonaro dirigiu a jornalistas e veículos de imprensa no primeiro semestre de 2020. A entidade contabilizou 245 ataques neste ano.
Segundo o site Congresso em Foco, foram 211 casos de descredibilização da imprensa, 32 ataques pessoais a jornalistas e 2 ataques contra a Fenaj, totalizando cerca de dez ataques por semana ao jornalismo. A Fenaj considera que “os dados mostram que as notícias sobre as ações do governo ou a postura do presidente sobre diversos assuntos transformam a imprensa em sua ‘inimiga’”.
Para a Federação, há evidências de que o Bolsonaro busca construir uma narrativa de descredibilização da imprensa e do trabalho jornalístico por coberturas que desagradam o governo. O monitoramento trata de ataques feitos por meio de lives, Twitter, discursos, entrevistas coletivas e declarações públicas. O relatório relembra diversas situações que ganharam repercussão, como a ocasião em que o presidente contratou um humorista para distribuir bananas a jornalistas e quando mandou os profissionais “calarem a boca”.
A Fenaj também sinaliza que o presidente afirmou que a imprensa “atrapalha, é uma vergonha, deturpa, esculhamba, tripudia, que falta notícias verdadeiras, chama de fake news, que destrói reputações”. Além disso, Bolsonaro questionou a credibilidade da cobertura da imprensa sobre a pandemia de Covid-19, sugerindo que os veículos estariam criando pânico e histeria.
A Federação também esclarece que não foram incluídos caso que denotam uma mudança de postura do presidente, no Twitter ou discursos oficiais, “em que Bolsonaro usa de expressões de ironia para se referir ao trabalho da imprensa, mas sem desferir ataques”. A redação é do site da Revista Fórum.
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