Márcia Oliveira de Aguiar, a esposa de Fabrício Queiroz, tinha um caderninho, que funcionava como uma espécie de agenda-guia, com números de celulares atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro, ao próprio Flávio, à primeira-dama Michelle e a diversas pessoas ligadas à família. O caderno tem ainda contatos e anotações sobre policiais, pessoas envolvidas com a milícia e políticos do Rio. Um desses contatos estaria guardando uma pistola Glock para Queiroz enquanto o ex-assessor se escondia em São Paulo, segundo a anotação de Márcia.
A família de Bolsonaro compõe parte significativa dos papéis. Numa mesma folha, dois números de Jair e um de Michelle aparecem juntos; noutra, um celular de Flávio e um de sua mulher, Fernanda. Há ainda o contato de Max Guilherme Machado de Moura, ex-segurança e hoje assessor especial do presidente, além do sócio de Flávio na loja de chocolate investigada por suposta lavagem de dinheiro, Alexandre Santini.
As anotações foram feitas à mão, portanto não dá pra saber a data exata, mas algumas indicações de Márcia deixam claro que foram escritas depois da eleição de 2018. Políticos que estão em primeiro mandato na atual legislatura já apareciam, identificados pelos seus respectivos cargos. É o caso dos deputados estaduais Rodrigo Amorim (PSL) e Marcelo do Seu Dino (PSL), o federal Lourival Gomes (PSL-RJ) e o segundo suplente de Flávio no Senado, Léo Rodrigues, que atualmente é secretário de Ciência e Tecnologia do governo de Wilson Witzel (PSC).
As páginas do bloquinho têm no rodapé a mensagem “Jesus, eu confio em Vós” e, no canto superior direito, a imagem divina. Foram apreendidas em dezembro de 2019, quando o Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Queiroz. Segundo a investigação, o caderno era uma espécie de guia para Márcia caso o marido fosse preso e ela não estivesse entre os alvos.
Leia a matéria completa no Estadão