Após atear fogo no Acampamento Quilombo Campo Grande para tentar retirar as famílias que resistem no local, a Polícia Militar de Minas Gerais, sob o comando do governador Romeu Zema (Novo), cercou o local na tarde desta quinta-feira (13). Segundo informações difundidas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTS), a situação está se agravando.
“A polícia sitiou as famílias durante todo o dia. Elas ficaram sem acesso à alimentação. As passagens foram bloqueadas para que nem imprensa, nem apoiadores do movimento pudessem chegar. Helicópteros sobrevoam a área com policiais apontando armas. E estão anunciando a chegada da tropa de choque”, relatou.
O movimento publicou um vídeo mostrando a situação. Confira:
🚨 URGENTE | Polícia sitiou as famílias do Acampamento Quilombo Campo Grande. Elas estão sem acesso à alimentação. As passagens foram bloqueadas para que a nem imprensa, nem apoiadores do movimento pudessem chegar. Agora ameaçam avançar com a tropa de choque!#ZemaCovarde pic.twitter.com/q0Xj4ukWWP
— MST Oficial (@MST_Oficial) August 13, 2020
O MST entrou nesta quinta com um pedido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reverter a ordem de despejo de um acampamento. A ordem foi dada em meio à pandemia do novo coronavírus, o que deixaria desabrigadas as cerca de 450 famílias que vivem no Quilombo Campo Grande. O governador de Minas, Romeu Zema (Novo) chegou a dizer que iria interromper o despejo após ser duramente criticado por ação truculenta que começou na madrugada da quarta-feira (12).
Quilombo Campo Grande
O acampamento Quilombo Campo Grande foi erguido há mais de 20 anos nas terras da antiga Usina Ariadnópolis, que pertencia à Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia) e faliu no final da década de 1990. Parte dos antigos trabalhadores da usina, que ficaram sem indenização após a falência da empresa, hoje integram o acampamento.
A área de aproximadamente 4 mil hectares ficou degradada depois da falência da usina, por causa do monocultivo de cana-de-açúcar. Com a ocupação do MST, o local ganhou plantações de café, milho e hortaliças, além da criação de galinhas. A redação é do site da Revista Fórum.
Pronunciamento do deputado federal Valmir Assunção