Por Sandra Morais*
A palavra gratidão tem origem no termo do latim ‘gratus’, que pode ser retratada como agradecido ou grato. Também deriva de ‘gratia’, que significa graça. A neurociência nos ajuda a compreender, que quando temos sentimentos de gratidão, estimulamos o “sistema de recompensa” do nosso cérebro.
Por meio desse sistema, passamos a ter sensação de bem-estar em relação às emoções. Quando praticamos a gratidão, estamos estimulando a ação desse sistema, que é a base neurológica da nossa autoestima e satisfação.
Ou seja, quando o cérebro compreende que algo de bom aconteceu, ou que estamos gratos por alguma coisa, é liberado uma substância denominada dopamina. Esse neurotransmissor é encarregado pela sensação de recompensa e de prazer. De forma em que promove um resultado de conquista, a dopamina nos estimula a agir sempre em direção de outras metas, objetivos e necessidades.
Quanto mais essa busca e conquista se repete, mais o nosso corpo procura por novas sensações de recompensa e prazer. Quando sentimos falta de entusiasmo, procrastinação significa que estamos com níveis baixos de dopamina.
Temos também além da dopamina, um hormônio denominado ocitocina, que o cérebro libera, o famoso hormônio do amor. É ele que estimula o afeto, o bem-estar, diminui a ansiedade, o temor e fobias. Exercitar a gratidão nos traz boas sensações, além de nos ajudar na diminuição das nossas angústias, medos, raiva, ou seja, fica muito mais simples dominarmos nossos estados emocionais negativos. Quanto mais exercitamos a gratidão, mais a reforçamos.
As pessoas que exercitam a gratidão conseguem ter níveis elevados de emoções positivas, e conseguem viver com mais satisfação e otimismo. Isso não quer dizer que as pessoas que aprendem a ser gratas negam sentimentos ou questões negativas da vida, mas conseguem viver e levar a vida com sentimentos mais agradáveis.
Para termos alguns benefícios através da gratidão, temos que ter o hábito de executar três coisas na nossa vida: agir, decidir e ser persistentes. Que possamos ser gratos sempre e encontrarmos sempre motivos para agradecer, aí sim aprenderemos a ter felicidade independente da circunstância.
*Sandra Morais é psicóloga – CRP: 5/52586 – e neuropsicóloga, com especialização em Avaliação Neuropsicológica pela PUC RJ. Atualmente cursando pós graduação em Terapia Cognitivo Comportamental baseada em evidências. Coautora do Livro: ‘É Possível Sonhar, o Câncer não é Maior que você’, com capítulo sobre ‘Como construir autoestima e ser Super confiante’. Também atua como psicóloga na Casa de Convivência e lazer para idosos.