Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que Manaus, capital do estado do Amazonas (AM) está passando por uma segunda onda de infecção pelo novo coronavírus. O governo estadual resolveu fechar bares e casas noturnas depois da confirmação do aumento no número de infectados.
De acordo com o governo, a Vigilância Epidemiológica do estado confirma tendência de aumento de casos de covid-19 nas últimas semanas devido, principalmente, a aglomerações e a realização de festas clandestinas. Em média, o Amazonas confirmou 7 novas mortes por dia na última semana – uma variação de 6% em relação à média de 14 dias antes.
Em razão da situação, o Governo voltou a decretar o fechamento de bares e balneários, que haviam sido aoutorizados a reabrirem em julho. Entre outras medidas determinadas está a redução no horário de funcionamento de restaurantes e lojas de conveniência, até as 22h. As restrições valem por 30 dias.
Também foi anunciado o aumento do número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ofertados no Hospital Delphina Aziz, referência no tratamento de covid-19 e outras Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). O Instituto de Saúde da Criança do Amazonas (Icam) foi definido como referência para o atendimento infantil da doença.
Para o pesquisador e epidemiologista, Jesem Orellana, as restrições anunciadas são insuficientes para conter a circulação do vírus na cidade. Ele defende lockdown em toda a cidade pelo período de 14 dias.
“Para você conseguir conter a circulação do vírus não há outra solução que não seja o lockdown e o lockdown rigoroso em que você consiga fazer uma fiscalização efetiva da mobilidade intermunicipal, tanto da parte de transporte coletivo quanto do transporte privado das pessoas. Reduzir os horários de restaurantes, de bares e proibir eventos públicos você não consegue reduzir, com esse tipo de estratégia, significativamente a circulação viral, na verdade o que se faz é desacelerar a propagação”, afirmou.
Até a última sexta-feira (25), 323 pacientes estavam internados em Manaus, sendo 212 em leitos clínicos (86 na rede privada e 126 na rede pública), 107 em UTI (47 na rede privada e 60 na rede pública).
Governo descarta segunda onda
O governo do estado informou, por meio de nota, que os dados apontam uma alta na média móvel de internações pela doença após meses de queda, mas descartou que o estado esteja vivendo uma segunda onda da doença.
A primeira onda de casos da Covid-19 ocorreu nos meses de abril e maio, quando o sistema público de saúde entrou em colapso, com quase 100% de ocupação. A capital amazonense acabou sofrendo colapso, também, no sistema funerário e o número de mortes ficou 108% acima da média histórica. As informações são do portal G1.