O governo da Dinamarca ordenou sacrificar 17 milhões de visons (animais semelhantes a doninhas) após a detecção de uma nova mutação do coronavírus SARS-CoV-2. Segundo as autoridades dinamarquesas, essa versão do vírus representa um sério risco para a saúde pública. Na última quinta – 5 de novembro – o governo do país escandinavo anunciou o confinamento rigoroso de sete municípios do norte da península de Jutlândia devido a contágios feitos por essa variante do vírus.
As medidas afetam 280 mil habitantes. Restaurantes, bares, colégios, centros culturais e esportivos serão fechados por pelo menos quatro semanas, enquanto as escolas infantis ficarão abertas. Para quem não sabe, a Dinamarca é o maior produtor mundial de peles desses animais. No momento, foram detectadas 214 pessoas contagiadas com alguma das cinco variantes do vírus do vison.
Os visons foram infectados por pessoas contaminadas pela covid-19. Toda vez que um vírus entra em um novo hospedeiro o patógeno tem que se adaptar ao novo animal, aprender a destravar suas células, entrar nelas e usar seu mecanismo para fazer dezenas de milhares de cópias de si mesmo.
A nova variante do vírus “poderia ter consequências devastadoras para a pandemia no mundo inteiro”, advertiu a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, em declarações pela Internet. “Um vírus que sofreu mutação corre o risco de se propagar em outros países. A situação é muito séria”, afirmou
Embora a ameaça à vacina seja muito baixa, as autoridades dinamarquesas justificam sua decisão. Preferem ser cautelosas em excesso do que cair na inação e, possivelmente, enfrentar um problema mais sério em semanas ou meses.
“Em nosso estudo dizemos que agora é tão importante limitar o contato entre humanos contatados como entre humanos e animais infectados. Do contrário, agregamos mais jogadores a esse jogo evolucionário viral”, destaca João Rodrigues, biólogo estrutural da Universidade de Stanford (EUA)
O Ministério da Agricultura publicou um mapa com todas as fazendas afetadas e colocou em marcha um plano de ajuda para os criadores que devem exterminar seus exemplares. O sacrifício custará cerca de 700 milhões de euros (4,5 bilhões de reais) aos cofres públicos, segundo a Reuters. Jornal da Chapada com informações de El País.