No Dia da Consciência Negra (20 de Novembro), uma escola em Jundiaí (SP) publicou em rede social um cartaz digital tampando o rosto de uma aluna de 10 anos, sendo ela a única negra na imagem acompanhada por mais três garotas brancas. A escola editou a arte e colocou um quadro na frente do rosto da menina com a seguinte frase: “Importante na escola não é só estudar, é também criar laços de amizade e convivência [Paulo Freire]”.
A família da aluna prestou queixa contra a escola no 7º Distrito Policial, depois da menina ter visto no perfil do Instagram da escola o cartaz com seu rosto coberto e ter se sentido “excluída da escola”, como disse a advogada Silene Regatieiri, sobre a reação da aluna ao ao encontrar a imagem.
“Os pais estavam na casa de amigos, que são padrinhos dela, jantando, quando ela viu a publicação. O grande problema foi esse. Ela ficou indignada, disse que aquilo estava acontecendo só porque ela é negra, justo naquele dia da Consciência Negra”, aponta a advogada para o Portal UOL Notícias.
A mãe da menina, Elenita Ferrari declarou está “muito triste em ver uma filha passar por isso” e a advogada complementa que “por mais que falem em um padrão de edição, não tiveram o mínimo de sensibilidade e cuidado, como se a aluna fosse apenas mais um número. A ideia da escola é unificar e não dividir. O pior de tudo que fica são os danos psicológicos na criança”, salienta Silene.
A escola publicou a mesma foto, após o ocorrido, sem o quadro que tampava o rosto da aluna, a pedido da mãe, ainda segundo informações do UOL. A escola enviou uma nota na qual alega que não teve qualquer intenção de cunho racial na postagem e que outros alunos, também, já tiveram seus rostos cobertos em artes gráficas, por uma estratégia de edição e leitura.
Veja a nota na íntegra:
“Ao contrário da interpretação dada pelos usuários em questão e das injuriosas acusações, na data de 20/11/2020 a Agência de Publicidade contratada pelo Colégio elaborou ao todo 41 postagens, em pacote, sendo que em praticamente todas as postagens feitas naquela oportunidade, o lado escolhido para a colocação da caixa de texto é justamente o lado direito da foto, se sobrepondo aos rostos de muitos outros alunos, em outras fotos, inclusive, alunos brancos, com o intuito de seguir um padrão estético na diagramação da publicidade (já que as fotos seriam lidas em sequência).
Ou seja, analisado o conteúdo da publicidade feita naquela data, não sobreleva qualquer dúvida de que a ocultação da imagem da aluna em questão, não foi propositalmente escolhida por critério racial, e sim, pelo critério geral de posicionamento da caixa de texto nas fotos divulgadas sequencialmente na rede social.
O colégio, ao longo de uma trajetória dedicada à inclusão social e à censura de toda e qualquer prática discriminatória, apoia decisivamente as ações visando coibir o racismo e a disseminação de propagandas de ódio e violência. essa é a nossa missão perante a comunidade e na formação de nossos alunos”. Jornal da Chapada com informações do Portal UOL Notícias.