Último dia para as inscrições no programa para repórteres negros do Intercept Brasil é nesta sexta-feira (11). O programa nacional que visa beneficiar repórteres negros em reportagens investigativas, foi lançado 20 de novembro, com objetivo de beneficiar com bolsas, os repórteres negros.
A candidatura é feita por meio do formulário de inscrição e sugestão de pauta, de 20 de novembro a 11 de dezembro e a seleção das pautas e bolsistas, acontece entre os dias 14 de dezembro a 29 de janeiro. O resultado será no dia 8 de fevereiro de 2021 para início da mentoria e execução até 22 de fevereiro (formulário de inscrição).
“Ciente da falta de diversidade racial no jornalismo e do fato de que, o mês de novembro, negros são sempre chamados a falar sobre racismo, o programa vai distribuir bolsas entre R$ 2 mil e R$ 3 mil a repórteres negros para executarem investigações jornalísticas sobre qualquer tema”, afirma o site do Intercept.
A bolsa é exclusiva para repórteres negros porque o jornalismo (e a sociedade) têm um problema crônico de falta de diversidade. Apesar de serem mais de 55% da população, entre os jornalistas, os negros, são apenas 22%. A falta de diversidade racial se reflete também na falta de diversidade de olhares e pautas. “É por isso que o Intercept quer incentivar a candidatura de repórteres negros, oferecer recursos para que possam desenvolver técnicas jornalísticas e projetar novos talentos”.
As pautas serão escolhidas de acordo com os critérios editoriais do Intercept por uma comissão formada pela própria equipe e esses critérios são: Autodeclaração de raça, idade de 18 anos completos até a data de inscrição, relevância jornalística, possibilidade de impacto e mudança real no pós-publicação, ineditismo e/ou originalidade, comprovação documental (PDFs, áudios, vídeos, prints, etc) em entrevistas fundamentais, diversidade regional e de gênero e viabilidade de execução.
Além do valor, os repórteres selecionados também terão a opção de passar por uma mentoria de um editor do Intercept e por uma formação de uma semana com aulas online sobre investigação, segurança digital, checagem, edição e redes sociais, todas ministradas pela nossa equipe.
As pautas serão selecionadas em dezembro e janeiro, quando começa o processo de mentoria: cada repórter ficará em contato com um editor, que irá orientá-lo remotamente ao longo do processo. A partir de janeiro, os selecionados também poderão assistir às aulas online.
Durante a execução da pauta, os repórteres passarão pelo processo de apuração, checagem e edição do Intercept. O que se espera dos bolsistas selecionados é que atuem na investigação e apuração dos fatos, produção do texto, apuração e checagem complementares (de acordo com as solicitações dos editores). No caso de pautas que envolvam vídeo, áudios e infográficos, por exemplo, ou elementos similares, o bolsista também deve atuar na produção dos roteiros.
Os selecionados participarão de cursos de jornalismo investigativo e criatividade com a equipe do Intercept. Também serão acompanhados por editores em todo o processo de produção da pauta. Os temas que serão abordados nos cursos são: Técnicas de pesquisa digital avançada desbloqueando a criatividade e encontrando paz e harmonia com o seu editor.
As categorias adotadas no programa são divididas em 5 bolsas entre R$2 mil e R$ 3 mil, de acordo com a pauta. Categoria 1: R$ 2 mil para entrevistas; reportagens com até duas fontes e que não necessitam de viagem ou recursos extras. Categoria 2: R$ 3 mil para reportagens com três ou mais fontes e/ou que necessitam de recursos extras ou viagem. As reportagens serão publicadas em 2021. Ainda segundo o site do Intercept Brasil, “Queremos mais pessoas negras com sangue nos olhos para investigar os poderosos”, salienta. Jornal da Chapada com informações do Intercept Brasil.