Os militares ainda dão sustentação a Jair Bolsonaro, que já responde a mais de 60 pedidos de impeachment, em razão das dezenas de crimes de responsabilidade cometidos. Prova disso é a entrevista concedida pelo vice-presidente Hamilton Mourão às jornalistas Tânia Monteiro e Vera Rosa, no jornal Estado de S. Paulo.
“Não vejo hoje que haja condição de prosperar qualquer pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro”, disse ele. “Aqui no Brasil qualquer coisa é impeachment, né? Deixa o cara governar, pô!”, afirmou, talvez numa referência ao impedimento sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Mourão também tentou defender a tese do tratamento precoce contra a covid. “O governo procurou trabalhar nas três grandes curvas: da saúde, da economia e a social. Fomos muito criticados, mas o tratamento precoce impede que a pessoa adquira sintomas mais graves e vá para o hospital, independentemente de discutir se é o remédio A, B ou C. Talvez (pudesse ter tido) uma comunicação mais eficiente. Todo mundo diz que tal lugar começou a vacinar. Mas quantos se vacinaram nesses locais? O único país que realmente está em uma fase final de vacinação é Israel. Mas qual é a população de Israel? Menor que a da capital de São Paulo”, apontou.
O vice também criticou o governador paulista João Doria. “O governador Doria virou garoto-propaganda da vacina e acabou metendo os pés pelas mãos. Apareceu na TV para dizer que a vacina tinha um valor ‘x’ de eficácia, quando não era verdade. Em nenhum momento ele compareceu para se retratar. Isso não revela boa gestão”, disse o vice, que reforçou o desejo de estar na chapa em 2022.
Mourão disse que impeachment não passa. “Não vejo hoje que haja condição de prosperar qualquer pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro, o mais atacado, ao longo dos últimos anos. Desde o dia anterior à posse o tiroteio já era grande em cima dele. Quantos pedidos de impeachment o Sarney, o Fernando Henrique, o Lula tiveram? Só a Dilma, coitada, é que não conseguiu sobreviver. E o Collor, obviamente. Aqui no Brasil qualquer coisa é impeachment, né? Deixa o cara governar, pô! Os pesos e contrapesos do nosso sistema democrático são mais do que suficientes para barrar qualquer tentativa de um governante de sair do leito da Constituição”, afirmou. Os dados são do site Brasil 247.