A insistência do governo Jair Bolsonaro (sem partido) em propagar informações sobre a Covid-19 sem comprovação científica levou o Ministério da Saúde a ter uma publicação no Twitter marcada como tendo “informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à covid-19”. O Ministério da Saúde, órgão que deveria coordenar as ações de combate à pandemia e contribuir para disseminar informações verdadeiras sobre a doença.
A postagem, da última terça-feira (12), orientava a população a procurar uma unidade de saúde para fazer tratamento precoce da Covid-19. No entanto, não há comprovação científica sobre a eficácia desse tipo de intervenção.
O texto da publicação dizia: “Para combater a Covid-19, a orientação é não esperar. Quanto mais cedo começar o tratamento, maiores as chances de recuperação. Então, fique atento! Ao apresentar sintomas da Covid-19, não espere. Procure uma unidade de saúde e solicite o tratamento precoce”.
Quem percorre o perfil do ministério encontra o selo do Twitter sobre a publicação. Ele diz que a postagem violou as regras da rede sobre a “publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19”. Mas a publicação não foi excluída. Clicando em cima dela, é possível vê-la. No alerta, o Twitter diz que “determinou que pode ser do interesse público que esse Tweet continue acessível”.
Para combater a Covid-19, a orientação é não esperar. Quanto mais cedo começar o tratamento, maiores as chances de recuperação. Então, fique atento! Ao apresentar sintomas da Covid-19, #NãoEspere, procure uma Unidade de Saúde e solicite o tratamento precoce. pic.twitter.com/vU3SvfSuve
— Ministério da Saúde (@minsaude) January 13, 2021
Insistência
O tema tem sido insistentemente abordado por Bolsonaro e seus auxiliares. Tanto assim que o próprio presidente teve uma publicação marcada na rede na última sexta-feira (15), que versava sobre o mesmo assunto.
Nela, Bolsonaro divulga um vídeo do jornalista Alexandre Garcia defendendo o “tratamento precoce” contra a Covid-19 e deixa o link de um suposto estudo que endossaria sua tese que não encontra respaldo científico.
Desde o início da pandemia, o presidente defende que as pessoas, por precaução ou no início dos sintomas de Covid-19, usem substâncias como a cloroquina, o que vai contra as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). A redação é do site da Revista Fórum.