O Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) identificou nesta sexta-feira (5), a circulação da mesma linhagem do SARS-CoV-2 (Covid-19) presente em Manaus e que é considerada mais infecciosa. Das 32 amostras sequenciadas geneticamente, dez apresentaram a variante denominada P.1, sendo esses os primeiros registros oficiais de que a mutação teria chegado à Bahia.
As amostras foram coletadas nos últimos dias e a investigação preliminar da vigilância epidemiológica aponta a maioria dos pacientes estavam de férias e passaram pelos municípios de Salvador, Irecê e João Dourado, todos com residência na região amazônica.
O secretário Estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, destaca que a forma mais eficaz de se combater o coronavírus é acelerar a vacinação. “Somos os segundo estado do Brasil em número de doses aplicadas, com mais de 254 mil baianos imunizados. Porém, o Ministério da Saúde precisa enviar mais doses, pois somente o grupo prioritário perfaz mais de 5 milhões de pessoas na Bahia”, avalia.
Sequenciamento genético
A P.1 é derivada de uma das variantes predominantes no País, a B.1.1.28. O potencial de transmissão dela pode ser maior por causa da mutação N501Y, presente nas variantes identificadas no Reino Unido e na África do Sul.
A faixa etária dos pacientes diagnosticados com a variante P.1 vai de 7 a 66 anos, sendo sete pessoas do sexo masculino e três feminino. As amostras que testaram positivo para a variante de Manaus foram coletadas em unidade públicas e privadas, sendo, respectivamente, sete e três.
O Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), que é a terceira maior unidade de vigilância laboratorial do país e classificado na categoria máxima de qualidade pelo Ministério da Saúde, concluiu o sequenciamento de 80 genomas do SARS-CoV-2 referentes aos últimos cinco meses e iniciará o sequenciamento de 300 novas amostras dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte.