Presidente nacional do Democratas, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto falou da rompimento com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), que saiu enfraquecido após a eleição no parlamento. O racha ocorreu após a legenda adotar um tom de neutralidade diante da disputa entre Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP), candidato apoiado por Maia. Em entrevista a Mário Kertész nesta terça-feira (9), na Rádio Metrópole durante o Jornal da Bahia no Ar, ele afirmou que o correligionário não aceitou conselhos dos colegas de partido.
“Quando o Supremo confirmou que não podia ter uma reeleição no Legislativo, naquele exato momento ele perdeu. No fundo, ele jogou até aquele dia esperando que pudesse cair no colo dele. O candidato de Rodrigo era Rodrigo, esse foi o grande problema. Não ouviu. Muitos amigos o aconselharam e disseram a ele: se antecipe à decisão do Supremo e que, sob nenhuma hipótese, será candidato à sua própria sucessão”, disse Neto.
Ainda segundo o ex-prefeito soteropolitano, mesmo com o rompimento, não há como desmerecer o trabalho de Maia como presidente da Câmara. “A história reserva para ele o reconhecimento por feitos importante a frente da Câmara dos Deputados. Não é porque ele saiu me ofendendo e agredindo injustamente, e ele foi ingrato, que eu vou agora e chegar dizer que tudo o que ele fez é ruim. Não, ele fez muita coisa importante para o Brasil e eu reconheço. Aliás, eu espero que ele volte para o eixo dele. Às vezes o político é muito passional”, declarou.
Neto do ex-senador e ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães, ele citou o aprendizado que teve dentro de casa com a figura política do avô. De acordo com Neto, não houve um racha no partido, como apontado por Maia. “Eu aprendi dentro de casa com os erros do meu avô. Era um sujeito brilhante, um grande líder político e um sujeito que tinha um carisma. Mas reagia muitas vezes com emoção e as vezes não pensava, não respirava e contava até dez. E reagia. Rodrigo é assim, muito passional. Infelizmente, nessas últimas entrevistas dele, além de tudo, ele foi extremamente injusto e ingrato comigo”, disse Neto.
“Essa coisa de que o Democratas na Câmara estava rachado era balela. A grande maioria dos deputados queria o bloco do Arthur Lira, por vários motivos. Eu que segurei para evitar que houvesse esse posicionamento do partido. Garanti a neutralidade e integridade do partido. Evitei, como o próprio Rodrigo disse, que a cabeça dele fosse entregada na bandeja. Infelizmente, ele que colocou a cabeça dele na bandeja. Eu, como amigo, tentei tirar. Mas ele, infelizmente, colocou a cabeça dele na bandeja”, finalizou. Extraído do Portal Metro 1.